A trajetória criminosa de Bruce McArthur, um dos assassinos em série mais conhecidos do Canadá, voltou a ganhar destaque neste fim de ano após tentativas da defesa de reduzir sua pena. Durante anos, McArthur manteve uma vida dupla: trabalhava como jardineiro e se vestia de Papai Noel em um shopping center de Toronto, enquanto cometia uma série de homicídios brutais.
Entre 2010 e 2017, McArthur assassinou ao menos oito homens, a maioria pertencente à comunidade LGBTQ+. As vítimas incluíam solicitantes de asilo, pessoas em situação de rua, usuários de drogas e até um pai de família que mantinha sua homossexualidade em segredo. Os corpos eram ocultados de forma chocante: restos mortais foram encontrados enterrados em grandes vasos de plantas em propriedades onde o criminoso prestava serviços de jardinagem.
Casado aos 23 anos com Janice Campbell, com quem teve dois filhos, McArthur revelou sua orientação sexual no início dos anos 1990. O casal se separou em 1997, quando ele se mudou para Toronto. Foi a partir da década seguinte que começaram os desaparecimentos que, inicialmente, não receberam a devida atenção das autoridades.
O primeiro caso registrado foi o de Skandaraj Navaratnam, em 2010. Nos anos seguintes, outros homens desapareceram em circunstâncias semelhantes. Em 2012, a polícia iniciou a investigação chamada Projeto Houston, mas o inquérito foi arquivado dois anos depois por falta de provas concretas. Somente em 2017, após novos desaparecimentos, uma nova força-tarefa, o Projeto Prism, foi criada.

As vítimas. (Reprodução)
O ponto de virada ocorreu com o sumiço de Andrew Kinsman, em junho de 2017. Diferentemente de outras vítimas, ele era bastante conhecido na comunidade LGBTQ+ de Toronto. Em seu apartamento, a polícia encontrou uma anotação em seu diário com apenas uma palavra: “Bruce”. Imagens de câmeras de segurança também mostravam Kinsman entrando em uma van Dodge Caravan vermelha no dia em que desapareceu.
A partir dessas pistas, investigadores chegaram até Bruce McArthur. Após meses de vigilância, ele foi preso em janeiro de 2018, quando policiais flagraram o criminoso mantendo um homem algemado à cama, com um saco na cabeça e fita adesiva na boca. A intervenção rápida evitou mais uma possível morte.
Buscas posteriores no apartamento e em propriedades onde McArthur trabalhava revelaram joias das vítimas, sacos com cabelos humanos e restos mortais escondidos em vasos de plantas e em uma área de mata próxima. Diante das provas, ele se declarou culpado de oito homicídios qualificados em janeiro de 2019.
Bruce McArthur foi condenado à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional antecipada, encerrando uma das mais chocantes séries de crimes da história recente do Canadá.
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