O jogador de vôlei, Manuel Armoa, destaque argentino do Guarulhos, relatou ter sido vítima de racismo durante um jogo da Superliga Masculina, que aconteceu no último sábado (13), contra o Sesi-Bauru, em Bauru.
Depois de ouvir algumas palavras racistas vindas da arquibancada, o argentino não se conteve e pulou a grade de proteção da quadra para tirar satisfação com o torcedor responsável pela ofensa, que rapidamente deixou o ginásio.
O atleta registrou um boletim de ocorrência e o suspeito foi identificado pelo clube mandante. O jogador questionou a ausência de policiamento dentro do ginásio e a falta de ação imediata após os insultos.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) foi procurada para comentar a atuação da Polícia Militar no episódio, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Nota oficial do Vôlei Guarulhos
O Vôlei Guarulhos manifestou total repúdio ao ato de racismo sofrido pelo ponteiro Manuel Armoa (23 anos). O clube detalhou que um torcedor adversário proferiu ofensas racistas, com xingamentos e gestos, imitando macaco e gritando “mono chora” (“chora macaco”).
Membros da comissão técnica e jogadores tentaram conter o agressor, que se evadiu. A placa do veículo do autor do crime foi anotada, e o clube imediatamente registrou um B.O., solicitando providências formais ao Sesi Bauru e à CBV. O clube está prestando todo o apoio ao atleta, que está profundamente abalado, e acompanhará o caso.
Nota oficial Sesi-Bauru
O Sesi-SP repudia com veemência o episódio. Lamenta profundamente que manifestações racistas ainda aconteçam e expressa total solidariedade e apoio ao atleta e à equipe ofendida.
O responsável pelo ato está em processo de identificação. Uma vez confirmado, será banido de jogos e impedido de acessar qualquer unidade, evento ou espaço do Sesi-SP. O clube se colocou à disposição das autoridades e reafirmou seu compromisso com o respeito e a igualdade racial, declarando que “Racismo é crime e não será tolerado”.
Nota oficial CBV
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) repudiou o ato e informou que está levantando todo o material comprobatório da partida (relatório do delegado, imagens, depoimentos) para ser encaminhado aos órgãos competentes.
A CBV acompanhará o caso para que o responsável seja punido. Lembrou que, em , alterou os regulamentos das Superligas para tornar mais duras as penalizações em casos de atos discriminatórios, que passou a ser infração gravíssima, com possíveis sanções que incluem multa, perda de três pontos, suspensão e até eliminação da competição.
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