O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, aprovou nesta segunda-feira a aquisição das termelétricas de Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá pela J&F sem qualquer restrição. Com capacidade combinada de 69,47 MW, as usinas respondem por aproximadamente 20% do fornecimento de energia do Acre.

Irmãos Joesley e Wesley Batista: Foto/Reprodução
O ato, publicado no Diário Oficial da União, oficializa a entrada dos irmãos Joesley e Wesley Batista no setor elétrico acreano por meio da administradora Âmbar Energia. O processo teve início em outubro, quando a operação foi protocolada e submetida à análise do Cade. Em novembro, o conselho deu publicidade ao ato de concentração por meio do edital nº 826. Segundo o próprio Cade, a aquisição não representa impacto significativo sobre a concorrência no mercado. A transação, registrada no processo nº 08700.011294/2025-86, transfere todos os ativos, direitos e obrigações da Energias do Acre SPE Ltda., subsidiária do Grupo Rovema.
O conglomerado, com sede em Porto Velho, atua na região Norte em setores como comercialização de veículos, pneus, locação de ônibus, nutrição animal e geração de energia em sistemas isolados. Em documentos apresentados ao Cade, a empresa destacou que a venda das três usinas faz parte de seu plano de desinvestimento. Com a aprovação formal, a Âmbar Energia amplia sua presença em um estado historicamente fora do sistema interligado nacional.
A empresa possui atualmente mais de 6,5 GW de potência instalada, cerca de 7% da geração nacional, distribuída em 56 usinas espalhadas pelo país, incluindo térmicas no Rio Grande do Sul, Paraná e Amazonas e pequenas centrais hidrelétricas em Minas Gerais e Santa Catarina. Nos últimos meses, o grupo comunicou novas aquisições, como as distribuidoras Amazonas Energia e Roraima Energia, e mantém investimentos na Eletronuclear, consolidando sua estratégia em áreas críticas para a segurança energética nacional. Além disso, o conglomerado controla a JBS, maior processadora de carnes do mundo, e a Eldorado Brasil, atuando no setor de celulose, reforçando sua posição como uma potência empresarial.
