Tecnologia integra milhares de eletrodos e transmissão sem fio para monitorar o cérebro com precisão inédita
Siga o Olhar Digital no Google Discover
Um novo implante cerebral desenvolvido por instituições como a Universidade de Columbia, Stanford e a Universidade da Pensilvânia pode redefinir a interação entre cérebro e computador, oferecendo novas possibilidades terapêuticas para epilepsia, paralisia, AVC e perda de visão.
O dispositivo estabelece uma comunicação de alta velocidade com o cérebro por meio de uma conexão minimamente invasiva — e com tamanho muito menor que o de interfaces tradicionais.

Descrito na revista Nature Electronics, o sistema recebeu o nome de BISC (Biological Interface System for the Cortex). Ele utiliza um único chip de silício que se encaixa entre o crânio e o cérebro como uma fina película.
Ao contrário de implantes convencionais, que exigem caixas eletrônicas volumosas dentro do corpo, o BISC ocupa apenas 3 mm³ e integra funções como transmissão de rádio, alimentação sem fio e processamento de dados.
Menor, mais rápido e menos invasivo
- O chip abriga mais de 65 mil eletrodos e opera com uma largura de banda de dados de 100 Mbps — ao menos 100 vezes maior que a de BCIs sem fio existentes.
- Essa capacidade permite registrar e estimular sinais neurais com alta precisão, possibilitando que algoritmos de inteligência artificial decodifiquem intenções, percepções e comandos motores.
- Pesquisadores destacam que o tamanho reduzido reduz riscos cirúrgicos e minimiza a resposta do tecido cerebral, oferecendo mais segurança e estabilidade de sinal em longo prazo.

Leia mais:
- De fones inteligentes a implantes cerebrais: IA está reinventando a medicina
- Implante cerebral decodifica frases imaginadas em tempo real
- Implante cerebral pode ler pensamentos e transformá-los em texto
Caminho para o uso clínico
Ensaios pré-clínicos já demonstraram desempenho promissor em áreas motoras e visuais. As primeiras aplicações em pacientes, para gravações de curto prazo, estão em andamento.
Uma startup derivada, a Kampto Neurotech, trabalha para levar o BISC ao uso real, abrindo caminho para futuras neuropróteses e interfaces diretas entre cérebro e sistemas de IA.

Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.
