Ícone do site Juruá Informativo

Ibama investiga emboscada que matou vaqueiro durante operação em terra indígena

ibama-investiga-emboscada-que-matou-vaqueiro-durante-operacao-em-terra-indigena

Ibama investiga emboscada que matou vaqueiro durante operação em terra indígena

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que órgãos de segurança pública atuam para identificar os responsáveis pela morte do vaqueiro Marcos Pereira da Cruz, ocorrida na última segunda-feira (15), durante uma operação de desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, no Pará.

Marcos havia sido contratado pelo Ibama para auxiliar na retirada de gado mantido ilegalmente no território indígena, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação faz parte de uma grande operação integrada que visa remover ocupantes não indígenas da área.

Segundo informações apuradas pelo g1, o vaqueiro participava da retirada dos animais quando se afastou do grupo principal para reunir cabeças de gado que estavam soltas. Nesse momento, na região conhecida como Linha 10, na estrada do “Capacete”, ele foi surpreendido por uma emboscada e atingido por um disparo à queima-roupa no pescoço.

Equipes de apoio prestaram os primeiros socorros no local e a vítima foi removida de helicóptero para o hospital municipal de São Félix do Xingu. Apesar do atendimento emergencial, Marcos não resistiu aos ferimentos. O corpo foi posteriormente transportado por via aérea até a base da operação.

Fontes que acompanham a ação afirmaram que não havia indígenas na área no momento do ataque. A operação de desintrusão está concentrada na retirada de cerca de 1,3 mil cabeças de gado distribuídas em aproximadamente 45 pontos dentro da terra indígena, de acordo com estimativas do Ibama.

Em nota, o órgão ambiental lamentou a morte do trabalhador, manifestou solidariedade aos familiares e amigos da vítima e reforçou o “compromisso com o cumprimento das decisões judiciais, a proteção das terras indígenas e a atuação integrada com os demais órgãos públicos”.

A operação conta com a participação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).

A Terra Indígena Apyterewa, que abriga o povo Parakanã, é considerada uma das áreas mais conflituosas da Amazônia. O território sofre com invasões há anos e, desde setembro de 2025, é palco de uma das maiores operações de desintrusão já realizadas no país. A área também liderou, por quatro anos consecutivos, o ranking de desmatamento no Brasil, tendo perdido uma extensão de floresta superior ao tamanho da cidade de Fortaleza, segundo estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Sair da versão mobile