Douglas Alves da Silva, de 26 anos, preso por atropelar e arrastar Tainara Souza Santos, 30, pela Marginal do Rio Tietê, voltou a negar qualquer relação com a vítima ao deixar a central de flagrantes, na manhã desta segunda-feira (1º). O suspeito seguiu para o Fórum da Barra Funda, onde passará por audiência de custódia que definirá se responderá preso ou em liberdade por tentativa de feminicídio.
Com ferimentos no rosto e na cabeça, Douglas afirmou apenas que é “trabalhador” e que não conhecia Tainara. Ele foi detido na noite de domingo (30) em um hotel na Vila Prudente, zona leste da capital. Segundo a SSP, o suspeito resistiu à prisão, avançou contra um policial e acabou baleado antes de ser contido e levado ao Hospital Estadual Vila Alpina.
O caso segue sob investigação da equipe do 90º DP. As imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Tainara caminha acompanhada de um homem antes de ser atingida por um carro preto, que a arrasta por longo trecho da Marginal Tietê. A cena chocou moradores e motoristas que passavam pelo local.
Socorrida por pessoas que presenciaram o ocorrido, Tainara foi encaminhada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli em estado gravíssimo. Ela perdeu uma das pernas ainda durante o arrastamento e teve a segunda amputada na cirurgia. Segundo os advogados da família, a jovem permanece na UTI, mas não corre risco de morte. Ela deverá ser transferida para outra unidade de saúde, onde passará por enxerto de pele devido às extensas lesões causadas pelo atrito com o asfalto.
A defesa da vítima afirma que quem dirigia o carro era um ex-ficante de Tainara, que a perseguia há algum tempo. A família confirma que os dois tiveram apenas um breve envolvimento. A Polícia Civil, no entanto, ainda apura as versões apresentadas.
Amigos descrevem Tainara como uma mulher alegre, dedicada aos dois filhos — um menino de 12 anos e uma menina de 8 — e que adorava viajar e aproveitar a vida ao lado da família. “Ela é querida, brincalhona, faz todo mundo sorrir”, disse o irmão, Luan.
A família, assim como os advogados Fabio Costa e Wilson Zaska, promete seguir até o fim para que o caso não fique impune. “A justiça será feita”, afirmam.
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