A Associação de Guarda-Vidas intensificou as ações de prevenção, orientação e fiscalização no balneário do Igarapé Preto diante do aumento dos riscos provocado pela elevação do nível da água neste período. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade, Conceição Silva, responsável pela coordenação de uma equipe formada por cerca de 58 combatentes que atuam principalmente aos fins de semana no local.
Segundo a associação, durante o período de verão a lâmina d’água costuma ser mais baixa e a correnteza menos intensa, reduzindo os riscos aos banhistas. No entanto, com a elevação do nível do igarapé, a profundidade aumenta e a força da correnteza se torna mais significativa, ampliando consideravelmente o perigo de acidentes.
Entre as situações mais recorrentes atendidas pela equipe estão comportamentos de risco adotados por frequentadores, como saltos perigosos, mortais e mergulhos de cabeça em áreas rasas. Nessas regiões, há presença de troncos, galhos e outros obstáculos submersos, que podem causar ferimentos graves. Um ponto que exige atenção especial é a área da bueira, próxima à estrada, que é sinalizada e isolada, mas ainda assim registra pessoas pulando da via diretamente para a água.
Para minimizar os riscos, os guarda-vidas realizam vistorias constantes, isolam áreas consideradas perigosas, fazem a demarcação dos pontos críticos e orientam os banhistas sobre práticas seguras. Desde o início da atuação da associação no local, em junho, já foram contabilizados 46 atendimentos, a maioria relacionada a pequenos cortes e pancadas.
O caso mais grave registrado envolveu um adolescente que sofreu um corte na cabeça após pular e atingir um tronco de árvore submerso. Ele recebeu atendimento imediato da equipe, teve o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acionado e foi encaminhado ao pronto-socorro, onde precisou levar cerca de nove pontos. Apesar da gravidade aparente, o ferimento foi considerado de menor complexidade.
De acordo com o balanço da associação, a maior parte das ocorrências envolve jovens, principalmente adolescentes, alguns sob efeito de bebida alcoólica, que acabam ultrapassando limites de segurança. Embora o público do Igarapé Preto seja majoritariamente familiar, os atendimentos se concentram nessa faixa etária.
Os guarda-vidas também fazem um alerta aos pais e responsáveis sobre a vigilância constante de crianças. Mesmo com a presença das equipes, um descuido de poucos segundos pode permitir que os menores alcancem áreas mais profundas. Casos de afogamento leve, classificados como grau um, já foram registrados, sendo resolvidos com intervenção rápida da equipe ou dos próprios responsáveis.
A Associação de Guarda-Vidas mantém guarnições fixas todos os sábados e domingos no balneário, atuando tanto na prevenção quanto no atendimento emergencial. Ainda assim, os profissionais reforçam que a colaboração dos frequentadores, especialmente dos pais, é essencial para garantir a segurança de todos.
