Garotas de programa foram encontradas em situação análoga à escravidão em uma casa noturna de Içara, no sul de Santa Catarina, na noite de terça-feira (9). Segundo a Polícia Militar, as vítimas só conseguiram ser resgatadas após fugir do local e denunciar o estabelecimento por cárcere privado.
De acordo com a PM, as mulheres eram atraídas com promessas de trabalho e lucro fácil. Ao chegarem, porém, eram surpreendidas por dívidas impostas pelos responsáveis pela casa e tinham a liberdade restrita até que os valores fossem quitados. Ao menos 12 mulheres foram identificadas como trabalhadoras do local, e três delas relataram explicitamente ter vivido em situação de cárcere.
As vítimas relataram que eram obrigadas a cumprir jornadas exaustivas e submetidas a diversas restrições e multas arbitrárias. Entre as punições estavam comer dentro do quarto, utilizar a geladeira, dormir aos sábados ou contrariar funcionários. O ambiente apresentava condições insalubres, com evidentes sinais de exploração e coerção. Os relatos foram confirmados pela mulher que conseguiu fugir e acionar a polícia. As demais foram encontradas dentro do estabelecimento e resgatadas.
Durante a operação, foram apreendidos cadernos com registros de dívidas, anotações de regras internas e multas que chegavam a R$ 500. Os policiais também localizaram um simulacro de arma de fogo e uma soqueira.
Dois homens foram presos em flagrante e encaminhados à Delegacia da Polícia Civil. Eles devem responder pelos crimes de exploração de trabalho análogo à escravidão e extorsão mediante sequestro. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC).
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