Olhar Digital > Pro > Escassez de chips de memória vai continuar em 2026, diz fabricante

Demanda pela IA tem feito empresas buscarem chips de memória, diminuindo a oferta para produtos como celulares e computadores

(Imagem: Smileus/Shutterstock)

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A Micron, uma das três maiores fabricantes de memória do mundo, fez um alerta: a escassez de chips de memória deve continuar em 2026 – e além. O motivo seria a alta demanda do setor de inteligência artificial.

Como resultado, sobram menos chips para outros dispositivos, como celulares e computadores.

Micron
Empresa teve receita recorde devido à procura por chips de memória (Imagem: Michael Vi / Shutterstock)

Micron alertou sobre escassez de memória

O alerta aconteceu durante a divulgação dos resultados da Micron, na quarta-feira (17). O CEO Sanjay Mehrotra afirmou que “condições restritivas do setor” em relação à memória DRAM e à memória flash NAND devem se estender para 2026 e além.

A própria Micron está se beneficiando disso. A empresa registrou uma receita recorde no último trimestre, chegando a US$ 13,64 bilhões – um aumento significativo em relação aos US$ 8,71 bilhões registrados no mesmo trimestre no ano passado.

Chip da Micron
Micron encerrou sua divisão para consumidores finais e vai focar em grandes acordos para IA (Imagem: deepsonic/Flickr)

Demanda da IA está ampliando escassez

Segundo o CEO, as tais “condições restritivas” aumentam conforme a inteligência artificial impulsiona a demanda. Os chips de memória de alta largura de banda (HBM) alimentam os data centers que fazem a IA funcionar.

A Micron é quem fornece esses chips e está faturando muito após fechar acordos com empresas como OpenAI, Meta, Microsoft e Google para abastecer os data centers. Inclusive, a companhia fechou sua divisão de produtos voltados para o consumidor final, chamada Crucial, para priorizar negócios mais lucrativos envolvendo o HBM.

O resultado é que a tecnologia HBM usa três vezes mais wafers de silício do que um DRAM padrão, deixando menos recursos disponíveis para esses equipamentos. E a empresa já alertou que, mesmo aumentando sua produção, a oferta será menor do que a demanda no futuro.

Imagem mostra uma loja de celulares / smartphones
Com escassez de chips, celulares e computadores devem ficar mais caros (Imagem: Kwan Kajornsiri/Shutterstock)

Leia mais:

Computadores e smartphones podem aumentar de preço

  • Ao priorizar acordos maiores, a Micron vai fornecer menos recursos para produtos finais, como computadores. No relatório de resultados, a empresa escreveu que as restrições afetarão as remessas de PCs no próximo ano;
  • Os smartphones também devem subir de preço e ficar mais escassos;
  • Conforme reportado pelo Olhar Digital, a escassez de chips também afeta o setor de celulares, principalmente os modelos de entrada. O resultado é que as empresas devem diminuir seus portfólios e aumentar preços.

Vitoria Lopes Gomez

Redator(a)

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.