O sepultamento de Tainara Souza Santos, ocorrido nesta sexta-feira (26), na Zona Leste de São Paulo, motivou um pronunciamento da deputada federal Erika Hilton. Através de uma publicação na rede social X, a parlamentar relembrou o histórico de brutalidade iniciado em 29 de novembro, quando Tainara foi atropelada e arrastada na Marginal Tietê por Douglas Alves da Silva.
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Após quase um mês de luta pela sobrevivência em ambiente hospitalar, a jovem faleceu na véspera de Natal, deixando órfãos dois filhos, de 12 e 7 anos. Hilton destacou que o desfecho trágico é a concretização de um feminicídio motivado por uma estrutura misógina que ainda enxerga o corpo feminino como uma propriedade.
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A deputada enfatizou que a condenação do responsável é uma etapa necessária, mas insuficiente para reparar o dano causado à família, que atravessa o período de festividade em luto profundo. Para a parlamentar, a busca por justiça não deve ser apenas uma reação ao sofrimento das vítimas, mas uma ferramenta para evitar que novos casos ocorram.
Ao finalizar sua manifestação, Erika Hilton defendeu a necessidade urgente de um compromisso nacional que vá além do discurso, exigindo investimentos reais em segurança pública para mulheres e o fortalecimento de políticas de prevenção.
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Leia a mensagem na íntegra:
“Hoje, Tainara Souza Santos foi enterrada na Zona Leste de São Paulo.
No dia 29 de novembro, Tainara foi atropelada na Marginal Tietê e arrastada por mais de um quilômetro por Douglas Alves da Silva, um ex-ficante.
Desde então, Tainara, hospitalizada, lutou pela própria vida.
Mas o corpo de Tainara não aguentou. Neste dia 24, o feminicídio iniciado um mês antes finalmente se concretizou. Tainara deixa um filho de 12 e uma filha de 7 anos.
A violência contra a mulher, a misoginia e essa noção de que homens tem direito sobre o corpo e a vida das mulheres desolou mais uma família, que passou o Natal e passará o Ano Novo em luto.
Que Douglas Alves da Silva seja condenado como o feminicida que é.
Pois o que resta é uma luta indigna por justiça que não trará Tainara de volta, mas que pode evitar que outra mulher seja morta e que outro homem se sinta no direito de matar uma mulher.
Uma luta de pessoas enlutadas fazendo o que podem para que o sofrimento de Tainara e sua família não se repita.
E é por isso que a luta contra o machismo e a misoginia não pode acontecer só quando eles fazem mais uma vítima.
Neste ritmo, de uma luta que só caminha quando a sociedade é forçada a lembrar de sua própria crueldade, o feminicídio só vai acabar quando acabarem as vítimas.
Precisamos de uma luta diária e de um compromisso, de vida e pela vida, firmado entre todas as partes deste país. E isso requer investimento em segurança pras mulheres, requer políticas públicas, requer prevenção, requer educação e requer o desmantelamento das estruturas que perpetuam e lucram com o ódio contra as mulheres.
À família, amigas e amigos de Tainara, dedico minhas condolências e meu mais profundo pesar.
Justiça por Tainara!“
A parlamentar destacou que o desmantelamento das estruturas de ódio requer uma reforma educacional e política capaz de proteger a vida feminina de forma integral. Ao prestar condolências aos familiares e amigos, a deputada reforçou o coro por “Justiça por Tainara“, transformando o caso em um símbolo da urgência por mudanças institucionais no Brasil.
“Que nenhuma mulher seja silenciada. Que sua história seja um grito eterno por justiça”, escreveu a deputada em uma coroa de flores enviada para o sepultamento da vítima.
Coroa enviada por Erika Hilton || Reprodução: Redes Sociais/Twitter-X
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