O Ministério Público de Goiás (MPGO) apreendeu o telefone celular do delegado Dannilo Ribeiro Proto, preso preventivamente por suspeita de desviar cerca de R$ 2,2 milhões de recursos destinados à educação pública. O aparelho foi localizado na Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão realizado na quinta-feira (18).
De acordo com o MPGO, as investigações indicam que o delegado continuava mantendo contatos externos mesmo após a prisão, utilizando o celular dentro da unidade policial. Entre as irregularidades apuradas, estão cobranças consideradas incisivas feitas a ex-alunos de um instituto de ensino que pertence ao investigado.
A apreensão foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e faz parte de um desdobramento da Operação Regra Três, deflagrada em 21 de agosto de 2025. Segundo o Ministério Público, Proto é apontado como líder da organização criminosa desarticulada na primeira fase da operação.
Após a nova medida, autorizada pela 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens de Goiânia, o delegado foi transferido para uma unidade prisional vinculada à Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP).
Ainda conforme o MPGO, logo após a prisão, em agosto, já havia indícios da presença de um aparelho celular no local de detenção do delegado, mas o fato não teria sido oficialmente comunicado aos órgãos responsáveis pela custódia e pela investigação. O Gaeco reuniu provas de que o telefone foi usado para envio de mensagens de áudio e texto de dentro da cela, inclusive com o uso de nome falso para contatar uma ex-aluna, em descumprimento às determinações judiciais.
Em nota, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) afirmou que não tinha conhecimento da permanência ou do uso de celular por custodiado na cela da DIH, conforme divulgado pelo MPGO. A corporação informou ainda que, em 25 de agosto, o delegado titular da unidade apreendeu dois celulares com outro preso e que a Corregedoria instaurou procedimento para apurar o caso.
A PCGO acrescentou que uma nova correição foi realizada em 27 de novembro, após denúncias veiculadas na imprensa, e que nenhum aparelho eletrônico foi encontrado. Segundo a Polícia Civil, o custodiado já havia sido transferido e isolado na carceragem da Delegacia Estadual de Capturas no dia 14 de novembro. A instituição reiterou compromisso com a legalidade e a apuração rigorosa de eventuais irregularidades.
Dannilo Proto na prisão
Dannilo Proto está preso desde 21 de agosto e foi denunciado pelo MPGO por envolvimento em um esquema de desvio de verbas destinadas a escolas estaduais em Rio Verde, no sudoeste goiano, além de fraudes em contratações públicas. Além do delegado, a denúncia envolve a esposa dele e outras sete pessoas investigadas.
O Ministério Público informou que, devido à complexidade do esquema e ao número de envolvidos, serão apresentadas duas denúncias distintas. Proto responde por crimes como organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, prevaricação, ameaça, contratação ilegal e uso de documentos falsos.
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