Da negociação ao desaparecimento: como foram as últimas conversas entre suspeitos e vítimas do Paraná

Os quatro homens que desapareceram após viajar de São José do Rio Preto (SP) até Icaraíma (PR) tiveram dois encontros diretos com os suspeitos antes de serem mortos, de acordo com a investigação. A viagem tinha um objetivo específico: cobrar uma dívida relacionada à compra de uma propriedade rural, que, segundo a polícia, não havia sido paga pelos moradores locais.

As vítimas, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e o proprietário da terra, Alencar Gonçalves de Souza — chegaram ao Paraná no dia 4 de agosto. Logo após entrarem na cidade, se dirigiram até a região onde viviam os suspeitos, identificados como Antônio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo, de 22.

Esse primeiro contato foi cordial, segundo relatos colhidos pela polícia. A conversa tratou dos valores pendentes e do atraso no pagamento da fazenda. Nada indicava conflito imediato. O clima, porém, mudou no dia seguinte.

O retorno e a última interação

No dia 5 de agosto, conforme a polícia reconstruiu a partir de testemunhos e imagens, o grupo voltou à propriedade dos suspeitos para dar continuidade à negociação. Foi nesse retorno que aconteceu o último contato registrado entre as vítimas e qualquer morador da região.

A partir desse ponto, os investigadores acreditam que os homens foram atraídos para um local afastado, sob o pretexto de finalizar a conversa sobre a dívida. A dinâmica dessa segunda interação, rápida, sem novos registros públicos e seguida de desaparecimento imediato, reforçou para a polícia a hipótese de que o encontro teria sido usado como isca para uma emboscada.

Elementos que despertaram suspeita

Logo após essa última interação, os telefones das quatro vítimas foram desligados. O carro delas, uma Fiat Toro, desapareceu  e seria encontrado semanas depois enterrado em um buraco camuflado, com marcas de tiros e sangue.

A polícia também identificou que pai e filho deixaram a região no mesmo período, o que levou ao pedido de prisão de ambos. Eles continuam foragidos.

Investigadores afirmam que a combinação entre:

  • a promessa de negociação;
  • a condução a áreas isoladas;
  • o sumiço após o segundo encontro;
  • e a fuga dos suspeitos.E concluíram que são elementos compatíveis com um crime planejado após uma suposta tentativa de cobrança.

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