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Durante muito tempo, imaginar um foguete voltando inteiro para a Terra parecia algo restrito à ficção científica; hoje, porém, a reutilização de foguetes já faz parte da rotina de alguns lançamentos espaciais e levanta a questão de como estruturas tão grandes e velozes conseguem retornar com segurança em vez de serem destruídas após o uso.
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Como funciona o retorno dos foguetes reutilizáveis?
Um foguete é dividido em estágios, e apenas parte dessa estrutura é projetada para retornar. Normalmente, o foco recai sobre o primeiro estágio, responsável pelo impulso inicial e que, depois de cumprir sua função, precisa desacelerar, se orientar e pousar com precisão em terra ou em uma plataforma no mar.
O retorno começa logo após a separação do primeiro estágio, ainda em alta velocidade e grande altitude. Uma sequência automatizada de manobras é ativada, motores são religados, a trajetória é corrigida e o foguete chega a “voar de costas” por alguns instantes para frear sua velocidade em relação à Terra.

Como eles controlam a reentrada na atmosfera?
A fase de reentrada é uma das mais delicadas, pois o foguete enfrenta temperaturas elevadas e forças intensas. Para lidar com isso, utilizam-se escudos térmicos, revestimentos resistentes e um formato que ajude a controlar o fluxo de ar, reduzindo o risco de desintegração.
Em vez de simplesmente cair, o foguete “pilota” a própria descida, alterando a inclinação do corpo para direcionar a trajetória. Em muitos modelos, a descida combina frenagem com motores, controle aerodinâmico e, em alguns casos, uso de aletas móveis para manter a estabilidade.
Quais tecnologias permitem a reutilização de um foguete?
Para que um foguete volte e possa ser reaproveitado, é necessário um conjunto de soluções de engenharia atuando em conjunto ao longo de vários voos. Esses sistemas aumentam a confiabilidade das missões e permitem monitorar o desgaste de componentes entre um lançamento e outro.
Entre os principais recursos tecnológicos empregados nesse tipo de veículo estão:
Recursos Tecnológicos de Veículos Reutilizáveis
1
Utilizar sistemas de navegação inercial para medir aceleração e rotação, permitindo calcular a posição do veículo sem depender apenas de sinais externos.
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2
Empregar GPS e sensores adicionais para obter dados precisos de posição, altitude e atitude, corrigindo e complementando as informações do SNI.
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3
Acionar o religamento de motores para realizar múltiplas queimas, essenciais para manobras de retorno, desaceleração e pouso suave.
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4
Controlar a trajetória durante a reentrada usando aletas de grade que atuam como superfícies aerodinâmicas de orientação.
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5
Desdobrar as pernas de pouso retráteis nos instantes finais da descida para garantir estabilidade e amortecimento no contato com o solo.
Quais são as etapas do retorno de um foguete reutilizável?
O caminho de volta de um foguete reutilizável pode ser descrito em etapas sequenciais. Embora cada empresa tenha suas particularidades, a lógica geral costuma seguir uma linha parecida, sempre com forte automatização e monitoramento em tempo real.
- Separação do primeiro estágio: após fornecer o impulso inicial, o estágio se desacopla do restante do foguete.
- Queima de retorno: alguns motores são religados para ajustar gradualmente a trajetória de volta ao ponto de pouso.
- Reentrada atmosférica controlada: o foguete ajusta sua orientação e usa a resistência do ar para reduzir a velocidade, contando com proteção térmica.
- Queima de pouso: próximo ao solo, motores entram em funcionamento para frear a descida até uma velocidade segura.
- Abertura das pernas de pouso: nos segundos finais, as pernas se posicionam para sustentar o foguete em pé.

Qual é o impacto das naves reutilizáveis no acesso ao espaço?
Trazer um foguete de volta à Terra e colocá-lo novamente em operação altera a lógica econômica das missões espaciais. Em vez de descartar componentes caros a cada lançamento, é possível diluir custos ao longo de vários voos, reduzindo o preço por quilograma enviado à órbita.
A reutilização estimula avanços em materiais, monitoramento e segurança, além de desafios como aumentar o número de reutilizações e reduzir o tempo de preparação entre voos. Ainda assim, o princípio central permanece: foguetes conseguem voltar graças a manobras cuidadosamente calculadas, tecnologias de controle de voo e estruturas criadas desde o início para sair do planeta e retornar em condições de uso.
