Novo material iguala — e até supera — o polietileno, além de poder ser facilmente reciclado e transformado novamente

(Imagem: New Africa/Shutterstock)

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Pesquisadores descobriram uma forma de converter óleo de cozinha usado — um resíduo produzido em bilhões de galões por ano — em plásticos sintéticos recicláveis capazes de substituir o polietileno (PE), o tipo de plástico mais fabricado no mundo.

O estudo, publicado no Journal of the American Chemical Society, mostra que o material obtido não só imita o PE derivado de combustíveis fósseis, como também pode superá-lo em resistência e flexibilidade.

A pesquisa ainda resultou em um adesivo tão potente que conseguiu unir placas de aço inoxidável com força suficiente para puxar um sedã ladeira acima.

Óleo de cozinha sendo despejado em uma frigideira
Processo químico converte resíduo alimentar em poliésteres de alto desempenho e adesivos mais fortes que colas comerciais (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Novos polímeros que superam o polietileno

  • A busca por alternativas ao PE é urgente: sacolas, embalagens e tubos feitos do material são resistentes, baratos e versáteis, mas não se degradam nem são facilmente recicláveis, contribuindo para acúmulos em aterros e para a poluição oceânica.
  • Para competir com o polietileno, qualquer substituto precisa ser igualmente eficiente, durável e produzido a baixo custo — requisitos raramente alcançados até agora.
  • No novo processo, os cientistas transformaram os componentes do óleo usado — como ácidos graxos e glicerol — em blocos químicos que, ao serem polimerizados, geraram sete novos poliésteres (P1–P7).
  • Os materiais alcançaram desempenho comparável ao do PE de baixa densidade e, em alguns casos, o superaram.

Leia mais:

Óleo de cozinha pode virar polímero de alto desempenho, diz novo estudo – Imagem: Pawel Kacperek/istockphoto

Potencial de reuso

A diferença crucial está na reciclabilidade: ao contrário do PE convencional, os novos polímeros podem ser facilmente decompostos, reutilizados ou misturados a plásticos comuns sob condições brandas. Além disso, versões ramificadas mostraram propriedades adesivas superiores às de colas comerciais.

O estudo reforça o potencial do óleo de cozinha usado como fonte sustentável e destaca caminhos viáveis para transformar resíduos em materiais de alto valor dentro dos princípios da economia circular.

Processo sustentável cria materiais fortes, flexíveis e facilmente recicláveis, apontando alternativa sustentável – Imagem: DUSAN ZIDAR/Shutterstock

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.