Indígenas da etnia Huni Kuin, residentes na Aldeia Paroá Central, localizada na zona rural de Feijó, sofreram grandes perdas devido à cheia do Rio Envira. A enchente destruiu mais de 10 mil pés de banana, que representavam a principal fonte de sustento para as famílias da comunidade. A Defesa Civil Municipal de Feijó fez um levantamento das consequências da inundação e identificou os danos significativos causados pelas águas.

A enchente destruiu mais de 10 mil pés de banana, que representavam a principal fonte de sustento para as famílias da comunidade: Foto/Reprodução
Segundo as autoridades locais, a água invadiu a área frontal da aldeia, afetando plantações e até o campo de futebol da comunidade. Mais de 90 famílias foram impactadas, sendo que a Aldeia Paroá Central, por estar em uma área mais baixa, foi a mais prejudicada. Imagens registradas pelas equipes mostram extensas áreas alagadas.
De acordo com o sargento Adriano Souza, coordenador da Defesa Civil, o roçado foi completamente submerso pela água. Os moradores relataram a perda de cerca de 10 mil pés de banana. A equipe também visitou outras comunidades na região do Baixo Rio, onde há aproximadamente oito aldeias indígenas, para identificar as necessidades mais urgentes.
A água chegou a apenas 10 metros das casas, alagando cerca de dois hectares de terra. Embora outras aldeias tenham sido afetadas, a Aldeia Paroá Central foi a mais atingida. Além da necessidade de apoio com água potável, a Defesa Civil destacou a urgência de ajuda para a recuperação das plantações danificadas.
Este é o segundo episódio de destruição causado pela cheia do Rio Envira em 2025. Em abril, as plantações de banana da mesma aldeia já haviam sido comprometidas devido a outro transbordamento. A Defesa Civil informou que não ocorriam enchentes dessa magnitude na região há mais de 20 anos.
O volume de chuvas em Feijó ultrapassou a média histórica, com um acumulado de 429 milímetros, muito acima da previsão de 280 milímetros para o mês. No dia do início da cheia, o município registrou 51 milímetros de chuva. Um levantamento completo dos danos na zona rural será concluído até o início de janeiro, e a assistência às comunidades indígenas começará em breve.
Embora o Rio Envira tenha apresentado uma pequena queda no nível da água, ele ainda está acima da cota de transbordo, que é de 12 metros. O nível do rio chegou a 12,10 metros, mantendo áreas urbanas e rurais em alerta. Em torno de 30 residências nos bairros Aristides, Hospital e Terminal também foram afetadas.
Atualmente, duas famílias, totalizando oito pessoas, estão abrigadas em uma escola, recebendo apoio com alimentação e medicação. Não há registro de famílias desalojadas. As equipes continuam monitorando o nível do rio e acompanhando as áreas de risco.