Bruna Ferreira, que é mãe do sobrinho de Karoline Leavitt, porta-voz do governo de Donald Trump, recebeu o direito à liberdade caso pague a fiança de US$1,5 mil, cerca de R$8 mil. A informação é do jornal The Washington Post.
A decisão foi tomada por Cynthia Goodman, juíza da imigração, nesta segunda-feira (8), e determinou o valor mínimo para a fiança, segundos os advogados de Bruna.
O advogado que representava o governo Trump não se opôs à decisão e afirmou que concorda com os argumentos mostrados pelos defensores, de que a mulher não seria um risco para a sociedade, e por isso, poderia ser libertada.
Processo para deportação
A brasileira foi detida pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), há aproximadamente uma mês, no dia 12 de novembro. A moça foi presa em um centro de detenção em Louisiana, e mesmo após sua libertação, ainda enfrentará um processo que pode deportá-la ao Brasil.
Em entrevista dada ao The Washington Post, publicada no último domingo (8), a mulher se emocionou ao recordar do último momento que esteve com Michael, seu filho de 11 anos, e que não o vê desde quando foi levado pelos oficiais do ICE. Ainda, ela tentou contato por meio de Michael Leavitt, porém, sem sucesso.
Na manhã do dia de sua prisão, Bruna acabava de deixar seu filho na escola, em New Hampshire, onde o garoto mora com o pai. Ela havia prometido buscá-lo no final do dia.
“A imagem do meu filho me esperando na fila do transporte escolar e não ter ninguém para buscá-lo é algo que não sai da minha cabeça. É muito triste que as coisas tenham acontecido dessa forma. Ele precisa de mim agora, que eu o coloque na cama e o leve para fazer compras de Natal. Ele não precisa de mim daqui a 20 anos”, disse a brasileira.
Alvo das detentas
Antes de ser levada ao centro de Louisiana, a mulher passou por outros centros de detenção em Vermont, Filadélfia e Texas. Ela afirma que o ICE a tratou como “gado” ao levá-la por diversos pontos do país e disse que depois de ter sua ligação com Karoline Leavitt revelada ao público, virou alvo de outras detentas.
A brasileira ainda afirmou que as declarações de Trump, de que ela jamais teria morado com o filho, são falsas e repugnantes.
O ex-companheiro de Bruna negou ter quaisquer envolvimentos com a prisão da mulher e que não quer que o filho mantenha relação com a mãe.
“Não tive qualquer envolvimento no fato de ela ter sido detida pela polícia. Não tenho controle sobre isso e não tive qualquer participação nisso. Quero que meu filho tenha um relacionamento com a mãe, como sempre demonstrei”, disse o ex.
Ao ser questionada sobre sua relação com a porta-voz da Casa Branca, Bruna afirma que não são “melhores amigas”, porém, é falsa a notícia que ambas não têm contato há anos. Inclusive, Karoline é madrinha do filho da moça.
“Pedi à Karoline para ser madrinha ao invés da minha única irmã. Cometi um erro ao confiar nela… O motivo de estarem criando essa narrativa está além da minha mais louca imaginação”, disse Bruna.
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