Brasileira perseguida por ex-namorado húngaro na Alemanha revela novas ameaças após denunciar caso nas redes

A brasileira Mariana Marielin De Lanes, de 29 anos, voltou a ser ameaçada pelo ex-namorado húngaro após divulgar nas redes sociais detalhes da perseguição que enfrenta desde 2024. Morando na Alemanha, ela afirma viver sob constante medo e diz que sua rotina, saúde emocional e carreira foram destruídas pela escalada de violência psicológica praticada por Toth Csaba Mark, de 30 anos, que permanece em liberdade.

Ao todo, 19 boletins de ocorrência já foram registrados, alguns em cidades alemãs, outros eletrônicos no Brasil. As denúncias incluem ameaça, perseguição (stalking), difamação, criação de perfis falsos, invasão de privacidade e risco à integridade física da vítima e de familiares.

Em entrevista exclusiva ao Bacci Notícias, Mariana relata novos episódios de intimidação após tornar o caso público e diz que teme pela própria vida. “Ele não entende, ou não quer entender, a gravidade do que está fazendo. Já disse que não tem medo da polícia”, afirma.

Print das últimas ameaças realizadas nesta segunda-feira, 22

“Parecia um sonho, mas virou um pesadelo”: como tudo começou

Mariana conheceu o húngaro no fim de 2023, pelo aplicativo Tinder. Nos primeiros encontros, diz que ele se mostrava atencioso, afetuoso e generoso:

“Ele me dava flores, abria a porta do carro, me dava presentes caros sem eu pedir. Parecia um sonho.”

Mas logo percebeu sinais preocupantes. Segundo ela, o homem demonstrava visões radicais sobre temas como homossexualidade e controle familiar. Um dos pontos de ruptura ocorreu quando ela descobriu, por familiares dele, que o ex deixava de pagar pensão da filha pequena, ao mesmo tempo em que tratava com hostilidade a própria mãe e avó.

“Disse que um homem que não trata bem a mãe e a avó jamais me trataria bem.”

Ao decidir se afastar, Mariana relata que o comportamento dele mudou drasticamente. Ela afirma que o ex surtou, cobrou “lealdade” e alegou que, por ter dado presentes, ela não poderia terminar. Com medo, ela prometeu conversar outro dia, promessa que, segundo ela, virou combustível para meses de perseguição.

Escalada de agressões psicológicas

Após o rompimento, o húngaro passou a enviar mensagens diárias, alternando insultos e declarações de amor:

“Ele dizia que eu era ingrata, burra, que nenhum homem iria me querer, que só conseguiria dinheiro me prostituindo.”

Segundo Mariana, ele criava histórias sem fundamento, acusando-a de traições, prostituição e até de estar grávida de outro homem:

“Chegou a dizer que me viu na rua de mãos dadas com um turco e que eu tinha engravidado para extorqui-lo. Era tudo mentira.”

Perfis falsos, exposição e destruição de reputação

A perseguição ganhou uma dimensão pública quando o ex criou perfis falsos no Instagram com seu nome completo e fotos íntimas. Nos perfis, ele dizia que Mariana era garota de programa, divulgava seu número pessoal e até afirmava que ela tinha OnlyFans.

A repercussão fez a brasileira trocar de número e se afastar das redes por meses. Ela também perdeu aulas, empregos como dançarina e precisou mudar toda a rotina.

Invasão presencial e medida protetiva

O caso se agravou em junho de 2024, quando Toth descobriu o endereço dela em Bremen e apareceu na porta da casa, à meia-noite.

A polícia alemã chegou rapidamente e entregou ao suspeito uma medida protetiva. Mesmo assim, segundo Mariana, ele passou a semana na cidade enviando flores, presentes e novas mensagens.

Após o episódio, a jovem abandonou amigos, trabalho e estudos e se mudou mais uma vez.

Ameaças à família e novos riscos

As ameaças passaram a atingir familiares no Brasil: a mãe, a irmã de 16 anos e um sobrinho. Em uma das mensagens, ele escreve que, caso não consiga reatar o relacionamento, irá “contratar pessoas” para prejudicá-la.

Mariana afirma que, desde que falou abertamente sobre o caso nas redes, as intimidações voltaram a aumentar.

“Ele acha que me expor vai me amedrontar. Não entende que o que ele faz é crime e que um dia ele vai parar na cadeia.”

Investigações seguem sem prisão

A polícia alemã não divulgou detalhes sobre o andamento do caso. A Embaixada do Brasil em Berlim e a Embaixada da Alemanha no Brasil disseram não poder comentar investigações em curso.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou dois boletins registrados pela mãe da vítima, em fevereiro e setembro deste ano.

Enquanto isso, Mariana segue pedindo proteção e visibilidade:

“Minha vida virou um inferno. Só quero que isso acabe.”

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