Brasil tem lançamento de foguete adiado para esta noite – a última chance do ano

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O lançamento do foguete Hanbit-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi novamente adiado. Programado para a tarde desta segunda-feira (22), o voo foi remarcado para a noite, com previsão a partir das 22h (pelo horário de Brasília), devido às condições meteorológicas adversas na região.

Esta é a quarta vez que o cronograma é alterado:

• 22 de novembro: O lançamento estava originalmente marcado para esta data, mas foi adiado por motivos técnicos não detalhados;
• 17 de dezembro: Após o primeiro adiamento, o voo foi remarcado para esta data, mas novamente precisou ser suspenso. Nessa ocasião, o adiamento foi motivado por ajustes técnicos ou procedimentos finais de preparação do foguete;
• 19 de dezembro de 2025: O lançamento foi interrompido por problemas técnicos detectados durante os preparativos finais, o que exigiu nova suspensão da operação.

A janela de lançamento termina hoje, então esta noite pode ser a última chance de lançar o foguete este ano (a menos que seja aberta uma nova janela ainda em 2025 – o que é improvável).

Chuva em Alcântara oferece risco ao foguete

De acordo com um comunicado da Innospace, que foi enviado à Força Aérea Brasileira (FAB) e publicado nas redes sociais, o mau tempo impedia o cumprimento do horário original. Segundo o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), havia previsão de chuva acima de 3 milímetros por hora entre 13h e 16h, com confiabilidade considerada alta por se tratar de estimativa para o mesmo dia.

SPACEWARD | Mission Update

Launch operations are being adjusted in consideration of weather conditions.
The launch, originally scheduled for 3:45 PM (BRT) on Dec. 22, is now expected to take place after 10:00 PM (BRT) on Dec. 22.

According to the Brazilian Air Force… pic.twitter.com/VDK6fsLHY5

— innospacecorp (@innospacecorp) December 22, 2025

O foguete está posicionado horizontalmente na plataforma, protegido por uma grande cobertura impermeável, e todos os procedimentos prévios à elevação já foram concluídos. Após a retirada da cobertura, é necessária uma sequência contínua de cerca de seis horas, incluindo elevação, abastecimento, contagem regressiva e lançamento.

Manter o horário original colocaria o veículo em risco de exposição à chuva durante o abastecimento, etapa crítica da operação. Por isso, Innospace e FAB decidiram suspender temporariamente as atividades até o fim da precipitação. Como não é possível prever com exatidão quando isso ocorrerá, o horário definitivo do lançamento poderá sofrer ajustes.

O voo do Hanbit-Nano representa um passo importante para o Brasil no mercado internacional de lançamentos espaciais, setor que movimenta bilhões de dólares e exige alta tecnologia. Trata-se do primeiro voo comercial realizado a partir da chamada “Base de Alcântara” em parceria com uma empresa estrangeira.

“Será um voo inaugural a partir do Brasil, simbolizando a entrada do país no mercado global de lançamentos espaciais”, destacou o coronel aviador Clóvis Martins de Souza, diretor do CLA. O major engenheiro Robson Coelho de Oliveira, chefe da Divisão de Operações do centro, reforçou: “É um marco que demonstra nossa maturidade técnica. Alcântara se firma como um polo estratégico, atraindo investimentos, empresas e inovação.”

Leia mais:

• Como a IA pode turbinar a nova era da exploração espacial
• 10 curiosidades sobre a Base de Alcântara
• Como funciona o lançamento de um foguete

Missão é colocar satélites em órbita baixa

Batizada de Operação Spaceward, a missão é fruto da cooperação entre FAB, Innospace e Agência Espacial Brasileira (AEB). Cerca de 400 profissionais participam da operação, entre militares, técnicos civis e engenheiros sul-coreanos, garantindo integração de sistemas, logística complexa e cumprimento rigoroso de protocolos de segurança.

O Hanbit-Nano é um foguete de pequeno porte, com 21,8 metros de altura e aproximadamente 20 toneladas. Ele utiliza propulsão híbrida, combinando combustível sólido e líquido, e deve levar oito cargas úteis à órbita baixa da Terra, a cerca de 300 quilômetros de altitude.

Entre as cargas estão cinco pequenos satélites e três dispositivos experimentais, voltados ao mercado de nanosatélites. Esses equipamentos são usados em observação da Terra, comunicações e pesquisas científicas. Um lançamento bem-sucedido reforçará a capacidade de Alcântara para futuras operações comerciais.