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Nesta quinta-feira (18), a Blue Origin entraria para a história com seu 16º voo suborbital turístico, ao levar uma pessoa cadeirante ao espaço pela primeira vez! No entanto, o lançamento precisou ser cancelado.
Michaela Benthaus, da Alemanha, engenheira aeroespacial e mecatrônica da Agência Espacial Europeia (ESA), sofreu uma lesão na medula espinhal após um acidente de mountain bike em 2018 e perdeu os movimentos das pernas. Mesmo assim, seguiu ativa na carreira espacial. Em 2022, participou de um voo parabólico com gravidade zero e, dois anos depois, concluiu uma missão análoga de 15 dias na Polônia, simulando rotinas astronautas em ambientes controlados.

“Michi” integra a tripulação de seis passageiros do voo NS-37, que seria lançado às 13h (pelo horário de Brasília), mas precisou, primeiro, ser adiado (em razão dos ventos em alta altitude) e, depois, suspenso. “Estamos encerrando a missão NS-37 de hoje após a equipe de lançamento ter observado um problema com nossas verificações integradas antes do voo. Estamos avaliando nossa próxima oportunidade de lançamento”, publicou a empresa no X.
We’re currently in a hold due to upper-level winds. New T-0 forthcoming.
— Blue Origin (@blueorigin) December 18, 2025
We are standing down from today’s NS-37 mission after the launch team observed an issue with our built-in checks prior to the flight. We are assessing our next opportunity for launch.
— Blue Origin (@blueorigin) December 18, 2025
Conheça os outros integrantes da missão
Joey Hyde
Físico e ex-investidor quantitativo, Joey Hyde aposentou-se recentemente após atuar em um grande fundo de hedge. Morando na Flórida com a esposa e cinco filhos, o norte-americano mantém desde a infância uma forte ligação com o espaço. Essa fascinação começou em 1988, quando viu o lançamento do ônibus espacial Atlantis, experiência que o levou a seguir carreira acadêmica até o doutorado em Astrofísica. Para Hyde, voar com a Blue Origin representa dar continuidade ao compromisso de apoiar a ciência e inspirar novos exploradores.
Hans Koenigsmann
De nacionalidade germano-americana, Hans Koenigsmann é um engenheiro aeroespacial conhecido por seu papel essencial no desenvolvimento de foguetes reutilizáveis. Como um dos primeiros funcionários da SpaceX, passou duas décadas ajudando a transformar o setor. Hoje, atua como consultor e integra conselhos de empresas ligadas ao espaço. Piloto licenciado, construiu seu próprio avião e pratica esqui. Pai de duas filhas, Koenigsmann vê sua participação no voo da Blue Origin como uma forma de estimular jovens a seguir carreiras científicas.
Neal Milch
Executivo e empreendedor nos EUA, Neal Milch iniciou sua carreira na empresa familiar LaundryLux, onde modernizou operações e ampliou a atuação global. Atualmente, preside o Conselho de Curadores do Jackson Laboratory, dedicado a pesquisas genéticas voltadas à saúde humana. Crescido durante as eras Gemini e Apollo, adotou o lema latino In Omnia Paratus – “Pronto para tudo”. Milch encara o voo como parte de sua busca por conhecimento e apoio à ciência.
Adônis Pouroulis
Nascido no Chipre, Adônis Pouroulis é um empreendedor e engenheiro de mineração que atua há mais de 30 anos em projetos de minerais críticos, metais e energia sustentável. Fundador da Pella Resources e líder de empresas como a mineradora Rainbow Rare Earths e a desenvolvedora de energia sustentável Chariot Limited, Pouroulis tem forte atuação na transição energética global. Para ele, subir a bordo da New Shepard é a realização de um sonho de vida: ver o mundo a partir do espaço.
Jason Stansell
Natural do oeste do Texas, nos EUA, e entusiasta do espaço, Jason Stansell formou-se em ciência da computação e mantém hobbies ligados à ciência e aventura, como mergulho, aviação e estudo de foguetes. Ele dedica seu voo ao irmão Kevin, que morreu em 2016 após enfrentar um câncer cerebral. Jason espera incentivar o pensamento crítico e a educação científica por meio de sua experiência.

Como são os voos turísticos da Blue Origin
Composto por dois estágios (o propulsor e a cápsula de passageiros), o foguete New Shepard realiza voos turísticos suborbitais (que não atingem velocidade suficiente para entrar na órbita da Terra), com aproximadamente 11 minutos de duração. A cápsula se separa do propulsor logo após a decolagem e cruza a Linha de Kármán, considerada o limite do espaço, a 100 km de altitude. Em seguida, retorna em queda livre e pousa com o auxílio de paraquedas no deserto.
Durante cerca de quatro minutos, os passageiros experimentam a sensação de ausência de peso e avistam a Terra do alto. Muitos descrevem essa vivência como transformadora, proporcionando uma nova perspectiva sobre o planeta e sua fragilidade no Universo.
Como o próprio nome sugere, a missão NS-37 seria o 37º voo do New Shepard. Até agora, 86 pessoas já voaram no foguete reutilizável, com algumas tendo repetido a experiência.
