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Aposta bilionária da OpenAI vira teste de realidade para o mercado de IA

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A OpenAI negocia uma nova rodada de captação que pode levar a empresa a uma avaliação de até US$ 830 bilhões (cerca de R$ 4,1 trilhões). A informação é do Wall Street Journal, que apurou que a companhia tenta levantar até US$ 100 bilhões (R$ 550 bilhões) para financiar seus planos de expansão em inteligência artificial (IA).

O WSJ mostra que a operação ainda está em fase inicial, com termos em aberto e incerteza sobre o apetite dos investidores. Mais do que um número chamativo, a rodada virou um teste de realidade. Até onde o mercado está disposto a bancar o crescimento acelerado da IA, num momento em que o entusiasmo já não é o mesmo de meses atrás?

O que se sabe sobre a nova rodada de captação bilionária da OpenAI

Nada está fechado. Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal dizem que a rodada está nos estágios iniciais e que os termos ainda podem mudar. Inclusive, o valor final levantado.

Logo da OpenAI em um smartphone
Negociação da OpenAI acontece num momento de esfriamento do mercado de IA, segundo o WSJ (Imagem: Thrive Studios ID/Shutterstock)

A apuração do jornal americano destaca que a negociação acontece num momento de esfriamento do mercado de IA, com investidores mais cautelosos após uma fase de euforia. A rodada, portanto, funciona como um termômetro: se a OpenAI conseguir o que pede, será um sinal de que ainda há fôlego para apostas gigantescas no setor.

A OpenAI precisa de capital em escala inédita para treinar, rodar e escalar modelos de IA, algo que exige volumes enormes de processamento e infraestrutura. O próprio WSJ lembra que competir nesse nível significa enfrentar empresas como o Google, que têm lucro recorrente, caixa robusto e menos dependência de captação externa.

Parte desse capital já começou a se desenhar. O SoftBank concordou em investir US$ 30 bilhões (R$ 165 bilhões) e, para isso, vendeu sua participação na Nvidia, levantando US$ 5,8 bilhões (R$ 32 bilhões). A expectativa é que o restante do financiamento venha, em grande parte, de fundos soberanos. Entram aqui investidores do Oriente Médio (perfil recorrente nas grandes rodadas recentes da OpenAI, diga-se).

No entanto, existe um ponto sensível: a empresa deve queimar mais de US$ 200 bilhões (pouco mais de R$ 1 trilhão) em caixa até 2030 se mantiver o ritmo atual. Em contraste, concorrentes diretos operam com estruturas financeiras mais confortáveis. É esse desequilíbrio que faz da rodada não apenas um movimento de crescimento, mas um teste sobre a sustentabilidade do modelo da OpenAI.

Como essa rodada se conecta à disputa por infraestrutura e parcerias em IA

O volume de dinheiro buscado ajuda a entender outro movimento recente da OpenAI: a intensificação das parcerias por infraestrutura de IA. Um exemplo é a negociação com a Amazon, que discute um investimento de cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 55 bilhões), além do fornecimento de capacidade de nuvem e chips para a empresa.

OpenAI e Amazon negociam investimento de cerca de US$ 10 bilhões (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Essas conversas, ainda preliminares, vão além de um simples aporte financeiro. Elas refletem uma necessidade estrutural: treinar e operar modelos de IA em larga escala custa caro, e garantir acesso a chips, data centers e nuvem virou questão estratégica. A OpenAI já fechou acordos bilionários com empresas como Nvidia, Oracle e a própria AWS, braço de computação em nuvem da Amazon.

Esse movimento também marca uma mudança de postura. Após concluir uma reestruturação em outubro, a OpenAI ganhou mais liberdade para firmar acordos fora da órbita da Microsoft, que já investiu mais de US$ 13 bilhões (R$ 72 bilhões) e detém cerca de 27% da companhia. A nova fase abre espaço para múltiplos parceiros. E para uma competição direta entre gigantes da tecnologia.

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As parcerias não se limitam à infraestrutura. Recentemente, a OpenAI fechou um acordo com a Disney, que inclui um investimento de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) e o licenciamento de mais de 200 personagens para o Sora, seu aplicativo de geração de vídeos por IA. A exclusividade, no entanto, vale apenas por um ano, o que sinaliza uma estratégia flexível.

Juntos, esses movimentos ajudam a amarrar o quadro descrito pelo Wall Street Journal. A rodada bilionária, as negociações com big techs e os acordos de conteúdo fazem parte do mesmo jogo: a disputa pela IA deixou de ser só sobre modelos impressionantes e passou a girar em torno de quem consegue bancar, por mais tempo, o custo dessa escala.

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