Advogado ligado a casos do Banco Master e CPMI do INSS está envolvido em divórcio milionário na Bahia

O advogado e procurador do Estado da Bahia Eugênio de Souza Kruschewsky voltou a ganhar destaque público após ter seu nome incluído em um pedido formal de convocação apresentado à CPMI do INSS. O documento, assinado pelo deputado Josenildo (PDT), solicita que ele e outros dois integrantes da família Kruschewsky participem de acareação como investigados, para discutir supostas irregularidades envolvendo o Banco Master, o cartão Credcesta e contratos de crédito consignado voltados aos servidores públicos.

No mesmo requerimento, o deputado também pede que o presidente da CPMI solicite ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) a elaboração de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) para identificar movimentações atípicas nas contas de Eugênio, de seus parentes citados e de sociedades eventualmente ligadas a eles, incluindo o escritório Gabino Kruschewsky Advogados Associados. O pedido, feito em 5 de novembro de 2025, afirma que o objetivo é analisar operações financeiras relacionadas ao período que vai da privatização da Ebal até hoje.

O pedido cita diretamente Eugênio, André Kruschewsky, que foi diretor jurídico do Banco Master até 2024, e Luiá Kruschewsky, ligada à estrutura jurídica da antiga estatal baiana Ebal. O requerimento sustenta que, após a privatização da empresa, o Credcesta teria se tornado o modelo de um esquema que se espalhou pelo país e chegou a atingir beneficiários do INSS. A relação entre o Credcesta e o Banco Master foi detalhada em reportagens do TAB/UOL, que mostraram como o cartão passou a se tornar uma das principais linhas de negócio da instituição. Augusto Lima, à frente do Credcesta, chegou a ser dono de cerca de 30% do Master até recentemente.

Paralelamente, Eugênio também aparece em outro caso de grande repercussão. O divórcio milionário do empresário baiano Lucas Queiroz Abud e de Fabiana Durand Gordilho. Ele integra o grupo de três advogados que representam Fabiana e foram alvo de uma representação disciplinar apresentada por Lucas à OAB da Bahia, documento público ao qual a reportagem teve acesso.

Na representação, Lucas afirma que provas consideradas essenciais para alterar o acordo consensual de 2019 teriam sido produzidas com dados falsos ou imprecisos. Segundo o documento, uma das versões sustentadas pela defesa de Fabiana tenta vincular o fim do casamento a supostas agressões, o que Lucas nega categoricamente e afirma não ter ocorrido. Nos mesmos autos, também consta que Fabiana admitiu uma traição conjugal, apontada por Lucas como o verdadeiro motivo da separação.

Outra frente contestada por Lucas envolve trechos em que os advogados de Fabiana citam decisões judiciais, datas e documentos médicos que ele afirma não se sustentarem nos registros oficiais. É com base nessa soma de elementos que ele acusa o grupo de fraude processual e pede que a OAB abra processo disciplinar.

Os advogados negam todas as acusações. Em nota enviada ao Metrópoles, Ana Patrícia Dantas Leão, Eugênio Kruschewsky e Michelle Santos Allan afirmam ser vítimas de uma campanha para desacreditar seu trabalho. Sustentam que apenas representam Fabiana em uma ação de produção antecipada de prova e atribuem a disputa a um processo sigiloso e “complexo”.

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