Olhar Digital > Pro > Vídeos curtos podem acionar gatilhos emocionais; IA identifica riscos

Modelo pioneiro detecta sinais de sofrimento nos comentários e promete reforçar a segurança de jovens online

Imagem: Koshiro K/Shutterstock

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Inteligência artificial

Tudo sobre Inteligência Artificial

Um estudo publicado na revista Information Systems Research identificou que certos vídeos curtos podem estimular pensamentos suicidas em usuários vulneráveis — e que um novo modelo de inteligência artificial é capaz de sinalizar esse conteúdo antes que ele se espalhe.

A pesquisa surge em um momento de crescente preocupação com a saúde mental dos jovens e maior pressão sobre plataformas como TikTok e similares.

saude mental
Ferramenta oferece às plataformas um alerta precoce em meio à pressão por maior proteção da saúde mental – Imagem: evrymmnt / Shutterstock

Como funciona a ferramenta

  • O trabalho foi conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos e da China, que analisaram como espectadores reagem emocionalmente aos vídeos.
  • Os autores observaram que comentários deixados logo após o consumo do conteúdo servem como um alerta imediato para potenciais riscos.
  • “Os comentários são indicadores poderosos de como o vídeo afeta emocionalmente quem assiste”, afirmou Jiaheng Xie, um dos responsáveis pelo estudo.

Com base nisso, a equipe desenvolveu um modelo de tópicos neurais que combina conhecimento médico sobre fatores de risco de suicídio com padrões detectados em vídeos reais.

A ferramenta prevê a probabilidade de novos conteúdos gerarem comentários relacionados a sofrimento emocional, permitindo que moderadores humanos intervenham mais cedo.

Estudo mostra como vídeos curtos afetam jovens — e apresenta IA para frear danos – Imagem: Kaspars Grinvalds / Shutterstock

Leia mais:

Pressão por respostas mais rápidas

O modelo também diferencia o que criadores publicam do que espectadores realmente sentem, além de separar fatores clínicos de tendências sociais, como vídeos de desilusões amorosas ou desafios virais.

Segundo os autores, a ferramenta superou métodos existentes e pode ajudar plataformas a lidar com o aumento da pressão regulatória, processos judiciais e preocupações de especialistas.

Os pesquisadores destacam que a tecnologia deve complementar, e não substituir, o trabalho humano — especialmente em um cenário em que decisões rápidas podem evitar danos maiores.

Moça jovem abrindo o Instagram no celular
Abordagem une dados clínicos e tendências sociais para prever quando um conteúdo merece atenção imediata (Imagem: Tatiana Diuvbanova/Shutterstock)

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.