O vereador Denis Araújo criticou a restrição de merenda aos professores da rede pública após a discussão repercurtir no município de Sena Madureira. Em publicações feitas nesta terça-feira (18), o parlamentar afirmou que, caso seja eleito prefeito, os educadores terão direito a comer a merenda “com dignidade e excelência”, e não apenas “sobras”.
As declarações foram motivadas por comentários de moradores e profissionais da educação, que reclamam de restrições impostas pela gestão municipal. Uma das mensagens destacadas pelo vereador diz que a categoria é tratada como se tivesse de aceitar “sobras”, o que seria mais um sinal de desvalorização e humilhação vivida no dia a dia escolar.
Vereador Denis Araújo critica gestão municipal e promete que professores terão acesso à merenda escolar “com dignidade” se assumir a prefeitura/Foto: Reprodução
Denis afirmou estar “decepcionado” com a situação e reforçou que administrar exige responsabilidade e sensibilidade. “Quando eu for prefeito desta cidade, professor vai poder comer sim, com dignidade e excelência. Não vai ser sobra — vai ser o melhor. Administrar é um dom, e não é para qualquer um. Assim como ter bom senso também não é”, escreveu.
O vereador também criticou a justificativa de que a regra seria apenas cumprimento da lei. Segundo ele, o argumento é frágil e serve para encerrar o debate. “E aí vem sempre o discurso: ‘Ah, mas é lei!’. Se fossem realmente cumprir tudo ao pé da letra… melhor nem começar, porque a conversa é longa”, declarou.
Nas redes sociais, a postagem recebeu apoio de seguidores que defenderam mais respeito à categoria e elogiaram a postura do parlamentar. Outros usuários, porém, cobraram promessas e ironizaram o tom eleitoral da fala.
Apesar da crítica, a merenda escolar é exclusivamente destinada aos estudantes de acordo com uma orientação prevista no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A recomendação, baseada na Lei nº 11.947/2009 e reforçada por decisões de órgãos de controle, orienta que servidores não devem consumir a merenda, já que os recursos do programa são destinados apenas ao atendimento nutricional dos alunos da rede pública.
De qualquer forma, os contrapontos do vereador podem ser observados com humanidade, especialmente quando ele aponta que muitos profissionais da educação passam longas jornadas nas escolas e, em alguns casos, não têm intervalo adequado ou acesso facilitado a alimentação própria. O debate abre espaço para discutir condições de trabalho, infraestrutura e até possíveis ajustes futuros na legislação.
