Conhecida popularmente como anaconda, a sucuri-verde já estrelou diversos filmes de terror. Em 2025, ela volta aos holofotes em um remake homônimo com ninguém menos que Selton Mello, Jack Black e Paul Rudd no elenco.
Mas o que essa cobra tem de tão especial? Descubra por que a sucuri-verde é considerada a cobra mais pesada e forte do mundo e como ela domina os rios da Amazônia com sua força impressionante.
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A gigante das águas sul-americanas
Grande, pesada e envolta em mistério, a sucuri-verde (Eunectes murinus) é a cobra mais forte e pesada do planeta. Embora não seja a mais comprida (título da píton reticulada da Ásia), a espécie sul-americana impressiona pelo tamanho e força muscular.

Segundo o Animal Diversity Web (ADW), enciclopédia online do Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, a sucuri é encontrada nas florestas tropicais da América do Sul, principalmente nas bacias do rio Amazonas e do rio Orinoco, além de países como Venezuela, Bolívia, Argentina, Peru e Colômbia.
O biólogo Lucas Simões, técnico em manejo de animais do Instituto Butantan, explicou à National Geographic que a sucuri-verde é a cobra mais pesada do mundo e uma das mais fortes já registradas.
Sucuri-verde: tamanho, peso e força impressionantes
As fêmeas da espécie são muito maiores que os machos, podendo alcançar até 6 metros de comprimento e pesar cerca de 250 quilos. Já os machos costumam medir até 3 metros. Essa diferença de tamanho é comum entre serpentes constritoras.
Mesmo sem veneno, a sucuri-verde é uma caçadora eficiente. Ela mata por constrição, envolvendo o corpo em torno da presa e aplicando uma força muscular capaz de interromper a circulação sanguínea do animal. “A morte não ocorre por asfixia, mas por colapso circulatório”, explica Simões.
Graças à estrutura corporal robusta, a sucuri consegue engolir animais de grande porte, como capivaras, aves e até jacarés. No entanto, o especialista destaca que não há registros confiáveis de ataques a seres humanos.
Anatomia e comportamento reprodutivo
Além da força, a sucuri-verde tem características únicas. Segundo o ADW, ela não possui o osso supraorbital no crânio, o que a diferencia de outras constritoras. Suas costelas e vértebras são flexíveis, permitindo a dilatação extrema do corpo para engolir presas inteiras.
A coloração verde-oliva com manchas marrons de bordas pretas ajuda na camuflagem entre a vegetação aquática, tornando-a quase invisível aos olhos de predadores e presas.

As sucuris são ovovivíparas, isto é, os ovos se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, que dá à luz filhotes já formados. Durante os sete meses de gestação, elas se movem pouco para preservar a ninhada. No fim da estação chuvosa, os nascimentos ocorrem em águas rasas, conforme relata o ADW.
Durante o acasalamento, um grupo de até 13 machos pode disputar uma mesma fêmea, formando uma espécie de “bola reprodutiva”, com os corpos entrelaçados em movimento contínuo.
Símbolo de poder e mistério, a sucuri-verde é um exemplo de adaptação e força na natureza sul-americana. Ela domina os rios e igarapés da Amazônia com uma combinação rara de potência, paciência e discrição.
