Olhar Digital > Pro > Spotify é acusado de ignorar fraude de reproduções que teria beneficiado Drake

Rapper RBX move ação coletiva nos EUA, alegando “bilhões de streams falsos” na plataforma e prejuízo a artistas menores

Imagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock

O rapper RBX entrou com uma ação coletiva federal contra o Spotify, alegando que a plataforma teria ignorado atividades fraudulentas que aumentaram artificialmente o número de reproduções das músicas de Drake, um dos artistas mais populares do serviço. As informações são da Rolling Stone.

De acordo com o processo, apresentado no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Central da Califórnia, as músicas de Drake teriam recebido “bilhões de streams fraudulentos” entre janeiro de 2022 e setembro de 2025 — impulsionados por bots e contas falsas.

Drake
Fraude de streams envolvendo Drake motiva processo contra o Spotify – Imagem: Kathy Hutchins/ Shutterstock

Ação coletiva acusa negligência

  • A denúncia sustenta que o Spotify se beneficia indiretamente da prática, já que mais usuários (reais ou falsos) aumentariam seu potencial de lucro e o valor percebido pelos acionistas.
  • O processo não acusa Drake de envolvimento direto, mas afirma que o Spotify falhou em coibir o uso de bots.
  • A empresa afirmou, em nota, que “não se beneficia de streaming artificial” e que investe em tecnologias para detectar e remover reproduções falsas.

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Ação coletiva alega que a plataforma se beneficiou de bots que inflaram reproduções e distorceram o pagamento de royalties – Imagem: PJ McDonnell/Shutterstock

Impacto sobre artistas e resposta da plataforma

Segundo os advogados de RBX, a manipulação de streams reduz os ganhos de artistas legítimos, já que o pagamento de royalties é calculado com base na fatia proporcional de reproduções mensais. Assim, quem inflar seus números recebe uma parte maior do fundo de receita comum.

O Spotify, que afirma ter removido milhões de reproduções falsas e aplicado multas, disse que “seus sistemas estão funcionando”, citando um caso em que apenas US$ 60 mil de um golpe de US$ 10 milhões vieram de sua plataforma.

A ação não especifica o valor da indenização pedida, mas estima “centenas de milhões de dólares” em prejuízos para compositores, produtores e detentores de direitos autorais.

O caso amplia o debate sobre transparência e remuneração no streaming, tema recorrente entre músicos. A vocalista Shirley Manson, do Garbage, criticou recentemente o modelo, afirmando que artistas “se dedicam ao máximo e ainda assim mal conseguem sobreviver”.

“Spotify na mira: processo alega que plataforma lucrou com reproduções falsas – Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.