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See Color: tecnologia brasileira permite identificar as cores com as mãos

See Color: tecnologia brasileira permite identificar as cores com as mãos

Qual é a importância das cores? Muitas vezes não paramos para pensar sobre isso, mas a verdade é que elas também são uma forma de comunicação importante, capaz de provocar emoções, criar associações e até influenciar comportamentos, sendo essencial no nosso dia a dia.

Isso também significa, no entanto, que pessoas cegas ou com algum grau de deficiência visual não conseguem ter acesso a todos estes benefícios citados. Foi por isso que uma pesquisadora brasileira criou o See Color, um sistema de linguagem tátil que permite identificar cores com as mãos.

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Braille pode ser de difícil aprendizado para quem perdeu a visão na vida adulta (Imagem: Vvoe/Shutterstock)

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Aprendizado da linguagem tátil das cores

Neste cenário, a pesquisadora se inspirou na Teoria das Cores e no relógio analógico para criar um raciocínio simples e de fácil memorização. Cada cor primária, secundária ou neutra é representada por um código baseado na posição dos ponteiros do relógio.

Por exemplo, a posição das “dez horas” representa o roxo; “seis horas”, o verde; “doze horas”, o vermelho. São oito posições ao todo. Além disso, pontos adicionais ao lado do eixo indicam tonalidades claras ou escuras, e um semicírculo ao redor do código representa cores metálicas. Com essas variações, quase 100 cores diferentes podem ser identificadas apenas com o tato.

Sandra Regina Marchi, doutora na área de Tecnologia Assistiva na UFPR

É possível comprar um kit de aprendizado do sistema de linguagem tátil (Imagem: reprodução/See Color)

Para que o novo método, patenteado pela UFPR, chegasse, de fato, às mãos das pessoas, a pesquisadora desenvolveu também kits pedagógicos. Eles são voltados tanto para crianças quanto adultos com deficiência visual, assim como para educadores, instituições e interessados em geral. O objetivo é facilitar o aprendizado da linguagem tátil das cores.

O material foi pensado para ser lúdico e acessível. Além de ensinar o código, apresenta os conceitos fundamentais da Teoria das Cores, promovendo autonomia e aprendizado prático. Os testes realizados em escolas revelaram mais do que a eficácia do método, mostraram o entusiasmo dos alunos. Em uma das turmas, os próprios estudantes se organizaram em grupos, vendaram os olhos e se desafiaram a identificar as cores pelo tato. O engajamento foi tão grande que ninguém queria que a aula acabasse.

Sandra Regina Marchi, doutora na área de Tecnologia Assistiva na UFPR

Sistema é uma alternativa para pessoas com problemas de visão (Imagem: goffkein.pro/Shutterstock)

Apesar do grande potencial, o projeto ainda enfrenta alguns desafios. Para ampliar o alcance da iniciativa e viabilizar sua inserção em políticas públicas, um dos próximos passos é a criação de um instituto voltado exclusivamente ao See Color. A proposta é consolidar uma estrutura capaz de firmar parcerias, captar recursos e formar voluntários, garantindo a continuidade e a expansão do projeto.

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