Presidente da COP30 menciona tornado no Paraná em primeiro discurso

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, ressaltou a necessidade de urgência na adoção de uma agenda de ações para enfrentar a crise climática global. 

“Estamos quase lá, mas temos que fazer muito. O que mudou imensamente a minha percepção sobre esse processo é a questão da urgência”, disse o embaixador em discurso , após ter sido eleito por aclamação pelos delegados para presidir a conferência, nesta segunda-feira (10)

Corrêa do Lago fez menção a desastres naturais como o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR), a mais afetada, e em pelo menos outras 11 cidades de região centro-sul paranaense, deixando seis pessoas mortas e 750 feridos.

“A questão da urgência é o elemento adicional, que está tão presente e somos lembrados, com grande tristeza, como, por exemplo, essa semana no Brasil no Paraná, ou nas Filipinas ou poucas semanas atrás na Jamaica. Temos uma responsabilidade imensa”, apontou.

Para o embaixador, desastres como esses ressaltam a importância de a COP resultar em ações concretas, unindo a ciência, a educação, a cultura e o multilateralismo.

“Esta portanto é uma COP de implementação. Eu espero que seja lembrada também como uma COP de adaptação, uma COP que vai avançar na integração do clima, na economia, nas atividades, na criação de emprego e mais do que tudo, uma COP que vai ouvir a ciência”, afirmou.

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COP29

O discurso de Corrêa do Lago foi precedido pelo do presidente da COP 29, Mukhtar Babayev, que fez um balanço do trabalho desenvolvido. Realizada em Baku, no Azerbaijão, a conferência aprovou uma nova meta de financiamento para ajudar os países a protegerem suas populações e economias contra desastres climáticos e a compartilharem os vastos benefícios do crescimento da energia limpa.

Entre os pontos acordados estão triplicar o financiamento climático para países em desenvolvimento, passando da meta anterior de US$ 100 bilhões anualmente para US$ 300 bilhões anualmente até 2035 e ampliar o financiamento aos países em desenvolvimento, proveniente de fontes públicas e privadas, para o montante de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.

O valor foi considerado insuficiente pelos países em desenvolvimento e pela delegação brasileira, que demandaram US$ 1,3 trilhão por ano como base da meta.

“O objetivo financeiro de Baku vai ser um sucesso. Precisamos ter o espírito desse acordo. As comunidades precisam ser protegidas e ter financiamento”, defendeu Babayev. Para a presidência de Baku essa não é só uma promessa. “Vamos manter isso no sistema [da ONU] provando que a construção de novos acordos não é em vão. A busca para manter os doadores e patrocinadores dos US$ 100 bi é real”, acrescentou.