Por que Sonia Abrão foi detonada no caso Eloá Pimentel?

Reprodução/Rede TV!

O nome de Sonia Abrão voltou ao centro das polêmicas com a estreia do documentário Caso Eloá – Refém ao Vivo, que estreia na Netflix nesta quarta-feira (12/11). A produção revisita um dos episódios mais traumáticos da história recente do Brasil, o sequestro e assassinato da adolescente Eloá Cristina Pimentel, em 2008, e reacende o debate sobre o papel da imprensa em situações de crise.

Na época, o país acompanhou, em tempo real, as mais de 100 horas em que Eloá, então com 15 anos, foi feita refém pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, em Santo André (SP).

O caso mobilizou o noticiário e escancarou os excessos da cobertura televisiva. O momento mais controverso veio quando Sonia Abrão, à frente do programa A Tarde É Sua, da RedeTV!, decidiu falar ao vivo com o sequestrador e, em seguida, com a própria vítima, enquanto as negociações com a polícia ainda estavam em andamento.

A atitude da apresentadora foi duramente criticada por autoridades e especialistas, que apontaram risco de interferência direta na operação policial. O Ministério Público chegou a discutir a possibilidade de responsabilizar a emissora, sob a alegação de que a entrevista poderia ter colocado vidas em perigo.

A repercussão transformou o episódio em um marco negativo da televisão brasileira, símbolo da chamada “espetacularização da tragédia”.