Operação da Polícia combate esquema que explorava indígenas com saques ilegais do Bolsa Família no Jordão

ação, batizada de Operação Padrão, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de quatro suspeitos e na condução de outras oito pessoas para prestar depoimento

A Polícia Civil do Acre (PCAC), em conjunto com a Polícia Militar e com apoio da Prefeitura de Jordão, deflagrou nesta terça-feira (12) uma ampla operação que desmantelou um esquema de exploração financeira contra famílias indígenas beneficiárias do programa Bolsa Família. A ação, batizada de Operação Padrão, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de quatro suspeitos e na condução de outras oito pessoas para prestar depoimento.

ação, batizada de Operação Padrão, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de quatro suspeitos e na condução de outras oito pessoas para prestar depoimento: Foto/Reprodução

As apurações, conduzidas há cerca de dois anos pela Delegacia-Geral de Tarauacá, revelaram que comerciantes da região retinham cartões e senhas bancárias de indígenas, realizando saques irregulares dos benefícios sociais. Em troca, ofereciam produtos superfaturados, perpetuando uma relação de dependência econômica e abuso. As vítimas, em sua maioria, vivem em situação de vulnerabilidade e têm pouco acesso à informação sobre seus direitos.

Durante a operação, os agentes apreenderam 300 cartões do Bolsa Família, aproximadamente R$ 70 mil em dinheiro, valores em dólar e euro, além de 6 mil litros de combustível, celulares, máquinas de cartão, cadernos de anotações, duas espingardas, um revólver, 250 quilos de chumbo e 300 espoletas. Parte desse material estava armazenada de forma irregular, representando risco à população local.

O delegado José Ronério, responsável pelo caso, explicou que o crime investigado tem raízes em práticas históricas de exploração.

“Infelizmente, a retenção de cartões bancários e documentos de indígenas é uma forma contemporânea de exploração. Nossa missão é romper esse ciclo, responsabilizando os envolvidos e garantindo a dignidade das comunidades atingidas”, destacou o delegado.

Para reforçar o efetivo na cidade, a Direção-Geral da Polícia Civil enviou 20 agentes de outras unidades. O delegado-geral da PCAC, José Henrique Maciel, enfatizou o caráter social e estratégico da operação.

“A Operação Padrão é resultado de um trabalho técnico e sensível, que evidencia a importância da atuação policial na proteção dos mais vulneráveis. A Polícia Civil do Acre seguirá firme no combate a toda forma de exploração”, afirmou.

Os investigados poderão responder por crimes contra a ordem econômica e ambiental, além de outras infrações identificadas no decorrer do inquérito. As investigações continuam para identificar novos envolvidos e dimensionar o alcance total do esquema.