OpenAI é condenada por violar direitos autorais de músicas na Alemanha

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O tribunal regional de Munique, na Alemanha, decidiu nesta terça-feira (11) que o ChatGPT, da OpenAI, violou leis de direitos autorais ao usar letras de nove músicas alemãs para treinar a inteligência artificial.

O resultado do julgamento pode criar um precedente da Europa sobre a forma como empresas de IA usam materiais protegidos por direitos autorais.

Pessoa escrevendo pergunta no aplicativo do ChatGPT num celular
ChatGPT reproduziu letras de nove músicas alemãs protegidas por direitos autorais (Imagem: Yarrrrrbright/Shutterstock)

OpenAI condenada por violação de direitos autorais

O processo foi instaurado pela GEMA, sociedade alemã de defesa dos direitos autorais musicais, em maio deste ano. A associação é composta por compositores, letristas e editores.

O caso foi presidido pela juíza Elke Schwager em um tribunal regional de Munique. Ela decidiu que o ChatGPT violou direitos autorais de nove músicas alemãs, incluindo sucessos do músico Herbert Groenemeyer no país.

Schwager definiu que a OpenAI terá que pagar uma indenização pelo uso do material. O valor não foi divulgado.

Logo da OpenAI em smartphone que está em cima de notas de dólar
OpenAI terá que pagar indenização (Imagem: Melnikov Dmitriy / Shutterstock.com)

O que diz a OpenAI?

Durante o processo, a OpenAI argumentou que seus modelos de linguagem não usaram dados específicos, como as músicas em si, mas que o ChatGPT reflete o que aprendeu a partir de um conjunto de dados de treinamento mais amplo.

A empresa defende que o resultado não teria sido gerado a partir do treinamento da IA com as músicas específicas, mas como uma consequência dos pedidos dos usuários. Nesse caso, os usuários seriam os responsáveis por fornecer as letras, não o ChatGPT.

Mesmo assim, o tribunal definiu que tanto a memorização quanto a reprodução das letras protegidas por direitos autorais configura violação.

A OpenAI ainda pode recorrer. À Reuters, um porta-voz da desenvolvedora disse que a empresa discorda da decisão.

Discordamos da decisão e estamos analisando os próximos passos. A decisão se refere a um conjunto limitado de letras de música e não afeta os milhões de pessoas, empresas e desenvolvedores na Alemanha que usam nossa tecnologia diariamente.

Porta-voz da OpenAI, em resposta à agência Reuters

Disco em uma vitrola
OpenAI ainda pode recorrer (Imagem: TSViPhoto/Shutterstock)

Leia mais:

Caso pode abrir precedente sobre violação de direitos autorais pela IA

  • Não é a primeira vez que uma empresa de inteligência artificial é acusada de violar direitos autorais ao utilizar materiais protegidos para treinar IA. No entanto, a condenação da OpenAI na Alemanha pode abrir um novo capítulo na Europa;
  • Segundo Tobias Holzmueller, CEO da GEMA, o resultado estabelece “um precedente que protege e esclarece os direitos dos autores”. Ele defende que mesmo ferramentas de IA, como o ChatGPT, devem cumprir com as leias de direitos autorais;
  • “A internet não é uma loja de autosserviço, e as criações humanas não são modelos gratuitos”, afirmou.