NDCs: as metas fixadas pelos países para frear o aquecimento global

NDCs é a sigla, em inglês, para Contribuições Nacionalmente Determinadas. Assim, sem contexto, fica difícil de entender a importância delas. Mas a gente te explica: as NDCs são as metas colocadas pelos países como compromisso para evitar o colapso climático.

Elas representam a essência do Acordo de Paris para alcançar os objetivos de longo prazo, de manter o aquecimento global em, no máximo, um 1,5ºC em comparação com o período anterior à Revolução Industrial.

Cada país explica quais ações pretende fazer para responder à mudança do clima, de acordo com as próprias possibilidades nacionais, e respeitando a realidade e soberania de cada nação.

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NDCs 3.0: você sabe o que são?

O Acordo de Paris, da COP21, em 2015, foi o primeiro a envolver todos os países-partes da Convenção do Clima. Desde então, foram criadas regras para a apresentação e a acompanhamento da implementação das metas, bem como um fundo para apoiar os países em desenvolvimento a enfrentar as mudanças do clima.

Para a Conferência do Clima de Belém, que vai até o dia 21 de novembro, é esperado que cada país apresente suas NDCs 3.0, que são a terceira rodada das contribuições. E para que as medidas sejam efetivas para conter o aquecimento global, elas precisam ser progressivas e mais ambiciosas do que as NDCs atuais.

Desenvolvimento sustentável

O relatório divulgado no fim de outubro pelo Secretariado da Convenção-Quadro é promissor: foram analisadas 64 novas NDCs, apresentadas em 2024 e 2025, que representam cerca de um terço das emissões globais.

📂 Consulte os documentos já apresentados para COP30.

Cresceu a convergência entre ação climática nacional, metas de neutralidade de carbono de longo prazo e a aceleração dos caminhos para o desenvolvimento sustentável.

Juntas, as novas NDCs projetam reduzir, até 2035, 17% das emissões em relação aos níveis de 2019. Segundo a ONU, a ambição dos países cresceu, mas o número ainda não é suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

As principais medidas citadas se concentram na redução, com baixo custo e alto impacto. Entre elas: o reflorestamento, o uso de energia solar, e a redução do desmatamento.

Mensuração de resultados

Entre os resultados do Balanço Global, que foi uma forma de avaliação para medir os resultados dos países rumo ao cumprimento das metas climáticas, estão:

  • a necessidade de triplicar o uso de energias renováveis e dobrar a eficiência energética até 2030;
  • iniciar a transição para longe dos combustíveis fósseis; e
  • a definição do Mapa do Caminho para a missão de manter o aumento da temperatura do planeta em 1,5ºC.

Riscos das mudanças climáticas

Outro instrumento orientado pela ONU sobre a questão da crise climática é o Plano Nacional de Adaptação. Pelo menos 144 países já apresentaram o documento, que traz a avaliação dos riscos que as mudanças no clima podem trazer para cada território.

São perigos como secas extremas, inundações, aumento das temperaturas e do nível do mar e alteração no padrão das chuvas.

Desafios da COP de Belém

Tudo isso depende, claro, de dinheiro. Buscar os recursos para implementar as medidas é o desafio de Belém. A estimativa da ONU é que sejam necessários valores próximos a US$ 1,3 trilhão para mitigar o colapso do clima, que tem afetado cada vez mais as condições para a vida humana na Terra.

No oitavo episódio, vamos entender o papel do Brasil como organizador da Conferência do Clima.

*Com sonoplastia de Jailton Sodré.