Juruá Informativo

Moradora de Cruzeiro do Sul convive há mais de dez anos com dor após fragmento de agulha ficar preso na mandíbula

Uma moradora de Cruzeiro do Sul afirma conviver há mais de dez anos com dores persistentes após um procedimento odontológico realizado em 2013. Na época, durante a extração de um dente, parte de uma agulha utilizada na anestesia teria se partido e permanecido alojada na mandíbula. O problema, ocorrido quando ela ainda era criança, voltou a chamar atenção recentemente devido ao aumento do desconforto.

Na época, durante a extração de um dente, parte de uma agulha utilizada na anestesia teria se partido e permanecido alojada na mandíbula: Foto/Reprodução

De acordo com a família, o incidente aconteceu em uma clínica particular. A quebra da agulha só teria sido percebida pela auxiliar durante a higienização dos instrumentos. Mesmo assim, a paciente foi liberada sem qualquer explicação. No dia seguinte, a mãe recebeu uma ligação do odontólogo dizendo que “poderia ter acontecido um engano” e que o fragmento possivelmente havia ficado dentro da boca da menina.

Depois de onze anos, a paciente continua convivendo com o fragmento metálico e realizando exames por conta própria

Ao retornarem à clínica, outro profissional foi chamado para dar esclarecimentos. A mãe relata que a filha chorou de dor durante o atendimento e que ambas foram alvo de grosseria. Ela afirma ainda ter ouvido um comentário de um assistente questionando o motivo da “confusão”.

Exames de imagem realizados posteriormente confirmaram a presença do fragmento metálico no ramo mandibular. A criança passou por uma cirurgia em outra unidade especializada, mas o cirurgião responsável concluiu que a retirada do objeto representava risco, já que a profundidade poderia causar danos.

Após o procedimento, a orientação era de que fossem feitos exames trimestrais para monitorar a posição da agulha. Porém, segundo a família, o profissional responsável pelo atendimento inicial não assumiu os custos, obrigando-os a pagar pelos exames em uma clínica de radiologia da cidade.

Após o procedimento, a orientação era de que fossem feitos exames trimestrais para monitorar a posição da agulha: Foto/Reprodução

Com o passar do tempo, a jovem seguiu realizando o acompanhamento, mas afirma que nunca recebeu assistência contínua ou eficaz. Já adulta, voltou a sentir dores intensas no local onde o fragmento permanece. A família enviou um e-mail ao odontólogo que realizou o procedimento original relatando o agravamento das dores, mas afirma que não recebeu retorno.

O profissional, ao ser procurado por terceiros, teria dito que desconhecia as queixas atuais e atribuiu o incidente ao fato de a criança ter “movimentado a cabeça de forma brusca” durante o atendimento — versão contestada pela família.

Depois de onze anos, a paciente continua convivendo com o fragmento metálico e realizando exames por conta própria, enquanto busca alternativas para aliviar a dor e uma solução definitiva para o caso.

Sair da versão mobile