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Ministério Público apura possível abuso policial em morte de adolescente durante confronto com a PM no Acre

O Ministério Público do Acre (MPAC) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar de perto as investigações sobre a morte do adolescente Vitor Gabriel Sales Rodrigues, de 16 anos, durante uma troca de tiros com a Polícia Militar às margens do Rio Acre, em Rio Branco, no dia 10 de maio deste ano.

Segundo o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), houve troca de tiros durante o cerco: Foto/Reprodução

A decisão, publicada no Diário Oficial Eletrônico nesta segunda-feira (3), tem como finalidade garantir transparência e fiscalização sobre a atuação policial no caso, além de verificar possíveis abusos de autoridade ou omissões cometidas durante a ocorrência. O procedimento também reforça a política de controle externo da atividade policial em situações que envolvem mortes e vítimas decorrentes de ações policiais.

De acordo com o documento, a promotora de Justiça Maria Fátima Ribeiro Teixeira requisitou informações e cópias de documentos à Corregedoria Geral da Polícia Militar e à Delegacia de Homicídios, buscando esclarecer todos os detalhes que levaram à morte do adolescente. Até o momento, não há prazo definido para a conclusão das apurações.

O boletim da Polícia Militar informa que Vitor e Andrissio Coelho Pimentel, de 32 anos, teriam atravessado o Rio Acre em uma canoa, saindo do bairro Cidade Nova rumo ao bairro Base, com o objetivo de atacar integrantes de uma facção criminosa rival. Ao chegarem ao Beco Brasiléia, os dois teriam disparado contra um grupo de pessoas, atingindo um homem que foi socorrido pelo Samu e levado ao pronto-socorro da capital.

Durante a fuga, os suspeitos tentaram retornar ao outro lado do rio, mas foram interceptados por uma equipe da Polícia Militar. Segundo o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), houve troca de tiros durante o cerco, momento em que Vitor foi atingido e morreu no local. Já Andrissio teria se lançado nas águas do rio e desaparecido.

Dois dias depois, em 12 de maio, um ribeirinho encontrou o corpo de Andrissio boiando nas águas do Rio Acre, nas proximidades do bairro Cadeia Velha. Conforme informações do Corpo de Bombeiros, o cadáver estava com duas armas presas à cintura, amarradas com uma camisa.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil, agora com o acompanhamento direto do Ministério Público, que busca assegurar legalidade, transparência e imparcialidade na apuração dos fatos.

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