Leia trechos de livro censurado que revelam os bastidores de Tremembé

O livro Diário de Tremembé – O Presídio dos Famosos, escrito pelo ex-prefeito e jornalista Acir Filló, ganhou atenção do público após aparecer na série Tremembé, da Amazon Prime Video. A obra, que está proibida de circular por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), causou curiosidade em internautas sobre o seu teor.

O livro relata experiências e interações de Filló enquanto esteve preso no Centro de Detenção Provisória III de Pinheiros, mas também durante a passagem pela P2 de Tremembé, unidade conhecida como o “presídio dos famosos”.

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Diário de Tremembé: livro censurado é um dos destaques da série

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Marina Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen), Letícia Rodrigues (Sandrão) e Carol Garcia (Elize Matsunaga) em Tremembé

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Marina Ruy Barbosa como Suzane von Richthofen em Tremembé

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Marina Ruy Barbosa, Leticia Rodrigues e Carol Garcia em Tremembé

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Prime Video Divulga Teaser, Primeiras Imagens e Cartazes de Tremembé

Divulgação/Prime Video

O livro menciona encontros com detentos famosos, como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai, Lindenberg Alves, Mizael Bispo de Souza e Guilherme Longo, cujas histórias repercutiram nacionalmente.

O Metrópoles teve acesso ao livro e separou alguns trechos relatados na obra de Acir. Em um deles, por exemplo, ele conta uma conversa com Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da filha, Isabella Nardoni. No texto, ele nega novamente ter matado a menina e questiona o atestado de óbito da filha.

Veja trechos:

Conversa com Alexandre Nardoni

“Numa manhã chuvosa em Tremembé, conversávamos nos corredores quando ele [Alexandre Nardoni] me olhou fixamente e disse: Acir, uma das coisas que mais me revolta é, na certidão de óbito da minha filha, constar como indeterminada a causa da sua morte. Se é indeterminada, como puderam me acusar junto com a Anna de sermos os autores do crime? Estou indignado com isso, é uma óbvia injustiça”.

Revelações de Cristian Cravinhos

“Eu conheci o Manfred em um churrasco na minha casa. Os pais de Suzane não eram contra a união dos dois, entretanto os Richthofen eram muito frios. Suzane e seu irmão Andreas tiveram uma educação muito rígida. Quando ela começou a namorar o Daniel, teve contato com a “liberdade” e imaginou que estava livre para fazer o que bem entendesse e a partir dali se negava a voltar à antiga vida de enclausurada, mas uma coisa é inegável: Suzane sempre teve vida de princesa, ela tinha de tudo, menos liberdade. Como disse, seus pais eram muito rígidos e tenho a convicção de que ela jamais foi abusada ou sofreu qualquer violência por parte de Manfred, mas como era muito carente, minha família a adotou como filha. Meu pai a adorava”.

A alegação de Abdelmassih

“Eu só comi as que quiseram me dar e pronto! – disse-me Roger Abdelmassih, bastante agitado, na ocasião em que o entrevistei. Mas, Roger… Mas coisa nenhuma, meu amigo. Coloque aí no seu livro com letra maiúscula e sublinhado do jeito que eu te falei.”

A fraude de Roger

“No momento de engolir os comprimidos, ele bebia a água do copo, mas os medicamentos permaneciam em suas mãos e, em seguida, eram jogados no vaso sanitário. Se acha que estou mentindo, pergunte a qualquer um que teve contato com o Roger e vai ouvir o mesmo relato. E tudo não para por aí, ele continuava a ‘consumir’ sal diariamente e, como dizem no presídio, ‘metia o louco’. Gradativamente o espertalhão conseguia ‘montar’ um sólido histórico médico para se beneficiar. Outros presos que dividiam a cela com Roger confirmam esses fatos”. — Fala de preso sobre fraude de Roger Abdelmassih para ganhar progressão de pena.