A Justiça manteve a prisão do 2º tenente aposentado da Polícia Militar do Acre, Reginaldo de Freitas Rodrigues, acusado de assassinar a companheira Ionara da Silva Nazaré, no bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco. Além de ter o pedido de revogação da prisão preventiva negado pelo juiz Fábio Farias, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, o militar de 56 anos já havia tido a detenção confirmada durante audiência de custódia realizada no último dia 30 de setembro.

Reginaldo Rodrigues se aposentou como 2º tenente em 2018, após mais de 30 anos de serviço/Foto: Reprodução
Rodrigues se apresentou a uma guarnição da Polícia Militar na manhã de 29 de setembro, três dias após o crime, ocorrido na madrugada de 26 de setembro. Ele foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde também teve a arma usada no homicídio apreendida. A prisão temporária do suspeito havia sido decretada pela Justiça no dia seguinte ao assassinato.
A defesa tentou reverter a medida alegando que não há mais motivos que justifiquem a prisão e citou fatores como emprego e residência fixa. No entanto, o magistrado considerou que a gravidade dos fatos, o uso de arma de fogo e a violência empregada demonstram a periculosidade do réu, reforçando a necessidade da prisão para garantir a segurança e o andamento do processo.
Na mesma decisão, o juiz marcou a audiência de instrução e julgamento para 23 de fevereiro de 2026, quando serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do tenente da reserva remunerada.
Crime presenciado pelas filhas
Ionara da Silva Nazaré, de 29 anos, foi morta dentro da própria casa, onde morava com o militar e as duas filhas, de 3 e 7 anos, que presenciaram toda a cena. A jovem morreu antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela e Rodrigues estavam juntos desde setembro do ano anterior e haviam passado a morar juntos dois meses depois do início do relacionamento.
O caso corre em segredo de Justiça e, segundo o g1, a delegada responsável não se manifestou sobre a investigação.
Possíveis conflitos e motivação
Familiares da vítima afirmaram acreditar que o crime pode ter sido motivado por uma suposta traição descoberta por Ionara. Uma irmã relatou que ela teria visto algo suspeito no telefone do companheiro. Também segundo parentes, a jovem enfrentava conflitos com as filhas do militar, mas estava animada com a mudança para uma nova casa que o casal havia alugado.
As duas crianças agora estão sob os cuidados da avó e de uma tia. A família conta que elas entendem que a mãe morreu, embora ainda não compreendam totalmente o que aconteceu.
Reginaldo Rodrigues se aposentou como 2º tenente em 2018, após mais de 30 anos de serviço, e em 2022 foi reconvocado para atuar na área administrativa do Quartel do Comando-Geral, pelo Corpo de Voluntários da Reserva Remunerada.