Jards Macalé foi autor de uma das músicas mais importantes da MBP

A MPB se despediu nesta segunda-feira (17/11) do cantor e compositor Jards Macalé, uma das figuras mais inventivas e influentes da música de vanguarda carioca. Ao longo de mais de seis décadas de carreira, ele escreveu clássicos do gênero e colaborou com artistas como Gal Costa, Caetano Veloso e Maria Bethânia.

A morte do músico, aos 82 anos, foi confirmada pela família em uma publicação nas redes sociais. Macalé estava internado em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, quando sofreu uma parada cardíaca.

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“Jards Macalé nos deixou hoje”, inicia o comunicado. “Chegou a acordar de uma cirurgia cantando Meu Nome é Gal, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade. Agradecemos, desde já, o carinho, o amor e a admiração de todos. Em breve informaremos detalhes sobre o funeral”, diz o texto publicado no Instagram do artista.

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Cantor e compositor Jards Macalé

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Cantor e compositor Jards Macalé

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Conhecido como o Anjo Torto da MPB, Macalé deu vida a canções que marcaram época nas vozes de Gal Costa e Maria Bethânia, como Hotel das Estrelas, Mal Secreto e Vapor Barato. Esta última se tornou peça-chave do álbum Fa-Tal – Gal a Todo Vapor, considerado um dos discos mais importantes da música brasileira e da carreira de Gal.

Macalé também ficou conhecido por suas parcerias com Waly Salomão, Torquato Neto e José Carlos Capinan. Além disso, foi produtor e violonista de Transa, álbum icônico de Caetano Veloso.

Lançado em 1971, o disco — que traz arranjos de Macalé e Waly Salomão — figura entre os dez mais importantes da música brasileira, segundo a Rolling Stone. Caetano sempre exaltou o processo criativo do álbum. “Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo”, disse ao Jornal do Brasil à época.

“Foi Transa que me deu coragem de fazer os trabalhos. É a primeira vez que uma música brasileira toca compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, Mick Jagger e até Paul McCartney. Eu e Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobello Road e me encantou logo”, afirmou Caetano.

“Bob Marley & The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra, e Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo”, completou o compositor.