Experimentos com camundongos mostraram que o cérebro responde positivamente a ambientes ricos em interação

Imagem: Robert Kneschke/Shutterstock

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Um estudo conduzido pela neurocientista Laure Verret, da Universidade de Toulouse, aponta que a socialização é capaz de reativar neurônios e melhorar o comportamento de camundongos com Alzheimer.

A pesquisa reforça a ideia de que estímulos ambientais — sociais, cognitivos e sensoriais — ajudam a preservar memória mesmo quando já há danos cerebrais.

Em fundo azul, quebra-cabeças formando um cérebro humano, com uma peça desencaixada
Descoberta reforça importância do estilo de vida e sugere novas abordagens terapêuticas sem remédios – Imagem: mapush/Shutterstock
  • A equipe expôs 12 camundongos com déficits cognitivos iniciais a um ambiente coletivo e enriquecido por dez dias, com objetos variados e constantes mudanças.
  • Após esse período, os animais retornaram às gaiolas individuais.
  • O resultado surpreendeu: os roedores socializados passaram a reconhecer outros animais e apresentaram desempenho superior aos que não receberam estímulos, sugerindo uma restauração parcial do hipocampo, área essencial para a memória.

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Estudo identifica os “neurônios maestros” como peças centrais na proteção cognitiva. (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)

A hipótese dos pesquisadores era de que os neurônios parvalbumina (PV), conhecidos como “maestros” do cérebro por regularem a atividade de outras células, seriam os principais responsáveis pela melhora.

Para testar a relação de causa e efeito, a equipe bloqueou temporariamente a formação das redes que protegem esses neurônios. A memória melhorou apenas nas áreas não afetadas pela intervenção, reforçando o papel decisivo dos PV.

Indícios para novas terapias

Os cientistas também aplicaram a proteína neuregulina, que ajudou a restaurar a atividade neuronal. Para Laure Verret, os resultados mostram que o estilo de vida — incluindo interação social e estímulos sensoriais — continua sendo essencial para retardar o declínio cognitivo.

Ela afirma que o estudo abre caminho para abordagens terapêuticas não medicamentosas, especialmente entre idosos, focadas em ambientes mais ricos e socialmente ativos.

Cérebro responde à socialização e recupera funções afetadas pelo Alzheimer (Reprodução: Naeblys/Shutterstock)

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.