Governo Trump amplia critérios e pode barrar vistos de pessoas obesas

Departamento de Estado prevê a rejeição de imigrantes que possam depender de benefícios sociais, como pessoas com obesidade ou diabetes

Imigrantes que buscam vistos para morar nos Estados Unidos podem ter os pedidos negados caso apresentem problemas crônicos de saúde, como obesidade e diabetes. A informação consta em uma nova diretriz enviada pelo Departamento de Estado dos EUA para embaixadas e consulados norte-americanos.

A medida também cita “doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, câncer, doenças metabólicas, doenças neurológicas e problemas de saúde mental”. O objetivo seria negar o visto para pessoas que podem “exigir cuidados médicos no valor de centenas de milhares de dólares”, diz o texto do Departamento de Estado.

A diretriz foi obtida pelo KFF Health News, um veículo especializado na cobertura de saúde pública nos EUA, e confirmada pela Fox News.

De acordo com a orientação do Departamento de Estado, os funcionários de embaixadas e consulados devem analisar a probabilidade dos solicitantes dependerem de benefícios sociais.

Até então, pessoas que solicitavam visto de moradia ou turismo nos EUA passavam por avaliação de saúde, mas a triagem era focada apenas em doenças transmissíveis, como a tuberculose, e a análise do histórico de vacinação.

Em entrevista à Fox News, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott, confirmou a diretriz.

“Não é segredo que o governo Trump está colocando os interesses do povo americano em primeiro lugar”, disse Pigott em um comunicado. “Isso inclui a aplicação de políticas que garantam que nosso sistema de imigração não seja um fardo para o contribuinte americano.”

Medidas contra “generais gordos” no Exército

A medida sobre emissão de vistos não é a primeira decisão do governo dos Estados Unidos que atinge pessoas gordas ou obesas. No último dia 30 de setembro, o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, assinou um memorando que prevê medidas como demissão para militares que estiverem acima do peso e não conseguirem emagrecer.

“É completamente inaceitável ver generais e almirantes gordos nos corredores do Pentágono. A era da aparência pouco profissional acabou”, afirmou Hegseth em discurso ao lado de Trump.

De acordo com o secretário, a medida é necessária para “garantir a letalidade e a prontidão” dos militares norte-americanos. Os membros das Forças Armadas terão que passar por dois testes de aptidão física por ano, além de exames para medir a circunferência da cintura. As medidas entram em vigor a partir de janeiro de 2026.