Um estudo recente revelou uma relação inusitada entre o bumbum e o controle de glicose do organismo. A pesquisa de radiologistas inglesas demonstrou que mudanças no formato do glúteo podem indicar diabetes tipo 2 e que seus sinais metabólicos são distintos em homens e mulheres.
As pesquisadoras apresentaram a análise nessa segunda-feira (24/11), na reunião anual da Sociedade de Radiologistas da América do Norte (RSNA), em Chicago. O estudo descreveu padrões inéditos no glúteo máximo (musculatura da parte superior do bumbum) em relação ao controle do açúcar no organismo.
Relação entre bumbum e diabetes
Para entender a relação, a equipe não focou no tamanho, mas no formato do glúteo revelado em um 3D por ressonância magnética. Foram utilizados os 61 mil exames do UK Biokbank para comparar as imagens e formar modelos tridimensionais detalhados, observando só o músculo.
De modo geral, quanto mais músculo na região, menor a chance de ter diabetes. “Pessoas com melhor condicionamento físico, apresentaram um formato de glúteo máximo mais pronunciado, enquanto envelhecimento, fragilidade e longos períodos sentados foram associados à perda de massa muscular na região”, afirma a médica Marjola Thanaj, uma das coautoras do estudo.
Ela faz, no entanto, um alerta: muito músculo está longe de significar um bumbum avantajado. “Ao contrário de estudos anteriores que analisavam principalmente o tamanho dos músculos ou a gordura, usamos o mapeamento de forma 3D para identificar exatamente onde o músculo muda, fornecendo uma imagem muito mais detalhada”, disse.
Diferenças entre glúteos de homens e mulheres
O glúteo máximo é um dos maiores músculos do corpo humano e responsável em boa parte pela movimentação das pernas. As pesquisadoras analisaram 86 variáveis ligadas a mudanças no músculo. O cruzamento das informações mostra que a forma muscular reage a fatores biológicos de maneira diferente entre os sexos.
Em participantes com diabetes tipo 2, os pesquisadores encontraram padrões opostos entre homens e mulheres. Os homens mostraram atrofia focal no glúteo máximo quando não tinham bom controle de sua glicose. Mulheres, porém, apresentaram expansão do músculo, provavelmente por infiltração de gordura na massa muscular.
A diferença sugere respostas biológicas distintas para a mesma doença, mas a equipe afirma que os dados revelam padrões que ainda pedem maior aprofundamento científico.
Estilo de vida impacta no bumbum
A diabetes tipo 2 apresentou assinaturas estruturais específicas. Em homens, a presença da doença foi ligada à retração de cerca de 0,4 mm em áreas focais. Em mulheres, a alteração mostrou expansão de até 0,49 mm.
Não é só a doença, porém, que atinge o formato do glúteo. A equipe relata que o baixo consumo de álcool e muita atividade física foram associados à expansão do músculo. Idade, osteoporose e tempo sentado, porém, apareceram ligados à retração. A associação indica que a forma muscular reage a influências metabólicas e comportamentais.

