Uma menina de apenas dois anos foi vítima de uma agressão brutal que chocou Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. A criança teve a palma da mão queimada com uma colher aquecida no fogão pela madrasta, no bairro Cordeiros. O crime, segundo as investigações, teria sido cometido como forma de “castigo” depois que a menina riscou uma parede.
De acordo com o Conselho Tutelar de Itajaí, o caso ocorreu no fim de outubro e vem sendo acompanhado desde então. Mensagens obtidas pela reportagem da NDTV / ND+, parceiros do Jornal Razão, mostram que a própria mulher enviou ao pai da menina uma foto do ferimento, além de admitir a agressão e dizer que agiu porque “é louca”.
O pai, que estava trabalhando no momento da agressão, contou que recebeu a imagem pelo celular e, em choque, foi até a residência. Ao encontrar a filha ferida, acionou imediatamente a Polícia Militar. A mulher foi levada à Central de Plantão Policial, confessou o crime e foi liberada menos de uma hora depois. Logo após deixar a delegacia, ela contratou um caminhão de frete, retirou seus pertences e deixou o estado.
A menina recebeu os primeiros atendimentos do Corpo de Bombeiros Militar e foi encaminhada ao Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí. Por causa da gravidade da queimadura — que atingiu toda a palma da mão — foi transferida para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Ela recebeu alta e segue em acompanhamento médico e psicológico.
O pai das crianças rompeu o relacionamento e agora cuida da filha e do outro filho, que também relatou ter sido vítima de agressões. Segundo o menino, a madrasta puxava seus cabelos e o atingia com o cabo de uma vassoura quando o pai não estava em casa.
A mãe das crianças, que vive em Jaraguá do Sul, se mudou temporariamente para Itajaí para ajudar nos cuidados. Ela contou que o filho já havia reclamado da convivência com a madrasta.
“Ele sempre dizia que a titia era má, que batia nele, mas o pai não acreditava porque, na frente dele, ela era um amor. Quando ele saía para trabalhar, ela maltratava as crianças”, relatou a mãe.
A mulher acusada trabalhava como estagiária em uma escola de educação infantil credenciada à Prefeitura de Itajaí. Após o episódio, a direção da unidade pretendia desligá-la, mas a própria mulher pediu demissão. Em suas redes sociais, ela aparecia usando uma camiseta de formanda do curso de pedagogia e compartilhava frases sobre maternidade e cuidado com crianças.
Enquanto a Polícia Civil investiga o caso, a pequena vítima tenta se recuperar dos traumas deixados pela violência. A equipe médica que a acompanhou preparou uma surpresa para ela no hospital — uma cesta de doces, gesto simbólico para devolver um pouco do carinho e da atenção que toda criança merece.
Jornal Razão

