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Família descobre que jovem foi enterrado em túmulo errado meses após o sepultamento em Rio Branco

O que era para ser um momento de luto e lembrança no Dia de Finados acabou se transformando em mais uma dor para uma família acreana. Os parentes de João Victor de Souza Brito, de 20 anos, descobriram que o corpo do jovem havia sido sepultado em um túmulo errado no Cemitério Jardim da Saudade, em Rio Branco.

Caso aconteceu no Cemitério Jardim da Saudade/Foto: Reprodução

A revelação foi feita pela própria administração do cemitério, após uma outra família reclamar que o jazigo utilizado não era o correto. A notícia pegou todos de surpresa e gerou revolta entre os familiares de João Victor, que agora pretendem acionar a Justiça por danos morais.

Segundo relatos da mãe, representantes do cemitério chegaram a sugerir que a troca dos restos mortais fosse feita de forma discreta, o que ela recusou imediatamente.

João Victor foi assassinado em janeiro deste ano, no bairro Calafate, em Rio Branco. Ele conversava com um amigo em frente a uma borracharia quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e efetuaram vários disparos. O jovem acabou sendo atingido na cabeça e morreu ainda no local. De acordo com a investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele foi morto por engano e os criminosos buscavam outro alvo.

No dia do velório, uma família solidária ofereceu o jazigo da avó para o sepultamento. Toda a documentação foi entregue corretamente à administração, e o enterro aconteceu naquele mesmo dia. O erro, no entanto, só veio à tona dez meses depois.

Agora, além da dor pela perda do filho, a mãe enfrenta o constrangimento de saber que ele foi enterrado em outro local. Pela legislação, a remoção dos restos mortais só pode ocorrer após cinco anos, salvo decisão judicial que autorize a exumação antecipada.

“Como se já não bastasse o sofrimento, ainda tenho que lidar com isso. Quero justiça, tanto pelo erro do cemitério quanto pela morte do meu filho, que até hoje não teve resposta”, disse a mãe, que preferiu não ser identificada.

A família aguarda um posicionamento oficial da administração do cemitério e cobra mais empenho das autoridades.

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