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Ao longo da semana, conforme acompanhado pelo Olhar Digital, o Sol lançou três explosões extremamente fortes e dezenas de outras mais moderadas. Além de produzir auroras brilhantes em lugares inusitados, como o México, os eventos também tiveram efeitos negativos, como o aumento da radiação em órbita, que obrigou astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) a acionarem medidas de proteção.
As erupções lançaram jatos de plasma e campos magnéticos ao espaço, chamados de ejeções de massa coronal (CME), a partir do grupo de manchas solares AR4274. As partículas liberadas pelo Sol atingiram a Terra e interagiram com os gases presentes na atmosfera, criando auroras visíveis em grande parte do Hemisfério Norte nas noites de terça (11) e quarta-feira (12), com algumas ocorrências menos intensas na quinta (13).

Apesar dos fascinantes efeitos luminosos nos céus, essas partículas carregam íons pesados e radioativos que podem ser perigosos para astronautas. Sem a proteção natural da atmosfera terrestre, tripulantes em órbita precisam tomar precauções para evitar exposição excessiva à radiação.
Em resumo:
- O Sol lançou explosões fortes e moderadas ao longo de toda a semana;
- As ejeções de massa coronal criaram auroras em grande escala;
- Partículas solares carregadas aumentaram radiação e risco para astronautas;
- Cosmonautas mudaram temporariamente de alojamento na ISS como medida preventiva;
- Fenômenos solares são visualmente incríveis, mas podem ser perigosos.
Perigo escondido por trás das luzes da aurora
Na ISS, apenas os cosmonautas Oleg Platonov, Sergey Ryzhikov e Alexey Zubritsky precisaram deixar temporariamente o alojamento. Eles passaram a noite no módulo científico como medida preventiva. A tripulação do lado dos EUA – três astronautas da NASA e um da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) – permaneceu em seus alojamentos, já que os níveis de radiação eram considerados seguros.
Sandra Jones, relações públicas da NASA, explicou ao site Space.com que a estação possui áreas designadas para refúgio em caso de tempestades solares. Os cosmonautas receberam instruções detalhadas sobre quais locais evitar durante os períodos de maior risco, garantindo que a exposição fosse mínima.
Além de Platonov, Ryzhikov e Zubritsky, a Expedição 73 da ISS inclui os astronautas da NASA Mike Fincke, Jonny Kim e Zena Cardman, e o japonês Kimiya Yui. Os quatro chegaram à estação em 1º de agosto a bordo de uma cápsula Dragon da SpaceX e devem permanecer em órbita por mais três meses.
As cores das auroras vistas na Terra contrastam com a realidade enfrentada pelos astronautas no espaço. A radiação intensa gerada pelas tempestades solares exige protocolos rigorosos de proteção e reorganização das atividades a bordo das estações espaciais. Esses episódios mostram que, embora o Sol produza fenômenos visuais impressionantes, ele também pode oferecer riscos concretos à integridade humana e à operação de equipamentos em órbita.
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Astronautas chineses que estavam “presos” no espaço voltam para a Terra
Os astronautas chineses Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, membros da missão Shenzhou-20, enfrentaram problemas ao tentar voltar para a Terra na quarta-feira passada (5). A cápsula que faria o transporte sofreu alguns impactos antes do desacoplamento da estação Tiangong, possivelmente causados por fragmentos de lixo espacial. O incidente obrigou o adiamento do retorno, mantendo os taikonautas “presos” no espaço por uma semana além do previsto.
O pouso ocorreu em segurança nesta sexta-feira (14), pouco antes das 4h45 da manhã (horário de Brasília), na região de Dongfeng, na Mongólia Interior. De acordo com a agência de notícias Xinhua, os três astronautas saíram da espaçonave aparentando boas condições de saúde. Saiba mais aqui.