O ex-candidato a vereador de Porto Walter, Sérgio Souza, conhecido como “Lola”, será levado a júri popular no próximo dia 13 de novembro, na Cidade da Justiça, em Cruzeiro do Sul. Ele é acusado de fornecer medicamentos abortivos a uma adolescente de 13 anos, com quem mantinha um relacionamento. O caso ganhou grande repercussão em junho de 2024, quando o corpo de um bebê foi encontrado em um terreno do município, no interior do Acre.

O episódio ocorreu no dia 1º de junho de 2024: Foto/Reprodução
Sérgio está detido desde o dia 14 de junho, após a Polícia Civil concluir que ele teria induzido a menor ao aborto e cometido o crime de estupro de vulnerável. A investigação foi conduzida pelo delegado José Obetânio, responsável pela unidade policial de Porto Walter.
Expulsão do partido
Após a repercussão do caso, o então presidente estadual do União Brasil, senador Alan Rick, determinou a expulsão de Sérgio Souza da legenda. Na ocasião, o parlamentar afirmou que havia solicitado à executiva municipal a adoção imediata das medidas necessárias para o desligamento do pré-candidato. “Como presidente estadual do União Brasil, já determinei que a executiva municipal tome as medidas para a expulsão do pré-candidato”, declarou Alan em junho de 2024.
Entenda o caso
O episódio ocorreu no dia 1º de junho de 2024. De acordo com o depoimento da adolescente, o acusado enviou R$ 50 por PIX e também entregou os remédios que seriam usados para interromper a gravidez. O ex-candidato, entretanto, negou todas as acusações e alegou que o dinheiro era destinado à compra de alimentos.
Segundo o delegado José Obetânio, o depoimento da jovem foi fundamental para o avanço das investigações. “Ela afirmou que recebeu o dinheiro e também os remédios diretamente dele. Solicitamos a exumação do corpo para o exame de DNA e confirmação da paternidade”, explicou o delegado.
A menina relatou ainda que tomou o medicamento acreditando que o feto se “dissolveria”. “Ela não sabia o que aconteceria. Fez o aborto no banheiro de casa e entrou em desespero ao ver o corpo formado do bebê, que acabou sendo jogado em um terreno próximo”, detalhou o investigador.
O corpo encontrado
O natimorto foi localizado por moradores e recolhido pela equipe da Vigilância Epidemiológica. A enfermeira Jamila Ferreira da Silva, que acompanhou o caso, relatou que não se tratava apenas de um feto. “O corpo tinha cerca de 525 gramas e mais de 30 centímetros. Já possuía olhos, mãos e pés formados. Pelas características, a gestação estava próxima dos seis meses”, afirmou.
Como não havia equipe de perícia disponível em Porto Walter, o corpo foi encaminhado a Cruzeiro do Sul para realização dos exames. O laudo resultante tornou-se uma das principais provas do processo, que agora entra em sua etapa de julgamento.
No dia 13 de novembro, Sérgio Souza voltará a depor diante da Justiça em um dos casos mais marcantes e chocantes dos últimos tempos no interior do Acre.
