O delegado Lindomar Ventura informou que ainda não conseguiu ouvir a empresária investigada por estelionato em Cruzeiro do Sul, explicando que ela não apresenta condições emocionais para prestar depoimento neste momento.
A empresária Keite Mayara Lopes, proprietária de uma academia, foi denunciada por 11 pessoas que afirmam ter entregue a ela valores que variam de 20 reais a 350 mil reais. De acordo com Ventura, as justificativas apresentadas por Keite para ter acesso ao dinheiro eram diferentes para cada pessoa.

Ventura informou que a maior parte das negociações teria sido feita apenas verbalmente: Foto/Reprodução
O delegado explicou que a investigação é considerada complexa, já que os casos não seguem o mesmo padrão. Alguns denunciantes relataram ter emprestado dinheiro para Keite, enquanto outros disseram acreditar que estavam participando de um investimento ou de um esquema semelhante a uma pirâmide financeira. Todas as pessoas que registraram ocorrência estão sendo convocadas para entregar documentos, comprovantes de transferência e registros que possam esclarecer como as movimentações ocorreram. O próximo passo será uma análise financeira detalhada para identificar o formato de cada operação.
Ventura informou que a maior parte das negociações teria sido feita apenas verbalmente, o que dificulta o trabalho da polícia. Ele acrescentou que a empresária ainda não foi ouvida devido ao seu estado emocional, seguindo recomendações médicas, e que o depoimento dela só será tomado quando estiver em pleno equilíbrio.
O delegado relatou que algumas pessoas desistiram das representações feitas contra Keite, o que indica que podem ter chegado a algum tipo de acordo. Ele lembrou que o crime de estelionato só prossegue se houver representação da vítima. Embora novos boletins tenham sido registrados após a primeira semana, pelo menos três delas retornaram para renunciar, mantendo o número total de denúncias praticamente igual.
Ventura explicou que o estelionato ocorre quando alguém induz outra pessoa ao erro, provocando prejuízo financeiro, e enfatizou que cada caso está sendo analisado separadamente para verificar se há elementos que configurem o crime. Caso existam indícios suficientes, a empresária será indiciada. Caso contrário, a investigação não seguirá essa linha.
O delegado afirmou que, até o momento, não foi identificada nenhuma estrutura formal de pirâmide financeira. As equipes de investigação continuam tentando descobrir como surgiu essa suspeita e estão realizando análises documentais que devem esclarecer a situação ao final do processo.