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Empresa quer alimentar data centers de IA com rochas aquecidas

Empresa quer alimentar data centers de IA com rochas aquecidas

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Tudo sobre Inteligência Artificial

A startup Exowatt, apoiada por investidores, como Sam Altman, está desenvolvendo uma solução inédita para enfrentar a crescente crise energética provocada pelo avanço da inteligência artificial (IA). Segundo informações do portal TechCrunch, a empresa quer usar rochas aquecidas para gerar eletricidade de forma contínua e a baixo custo, oferecendo uma alternativa para data centers que consomem energia em ritmo acelerado.

Exemplo de data center
Tecnologia pode ser alternativa a data centers que consomem energia em ritmo acelerado (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

O CEO e cofundador da Exowatt, Hannan Happi, afirmou que o objetivo é alcançar um custo de apenas um centavo por quilowatt-hora. Para isso, a empresa ampliou seu financiamento com mais US$ 50 milhões [R$ 264,9 milhões], adicionados à rodada Série A concluída em abril, totalizando US$ 120 milhões [R$ 635,8 milhões]. O movimento foi motivado pelo “forte interesse dos investidores” e pela demanda crescente por soluções energéticas viáveis para treinar modelos de IA.

A tecnologia usada pela Exowatt não é nova, mas está ganhando força com novos investimentos. Baseada em energia solar concentrada, ela utiliza materiais que acumulam calor — frequentemente semelhantes a rochas — em um sistema apelidado de “rocks in a box”. A proposta é entregar energia renovável, contínua e com armazenamento térmico de até cinco dias, algo essencial para a operação ininterrupta de sistemas de IA.

Proposta é entregar energia renovável, contínua e com armazenamento térmico de até cinco dias (Imagem: Luis Echeverri Urrea/iStock)

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Como funcionam os módulos P3 da Exowatt

O coração da tecnologia da empresa é o P3, um módulo metálico do tamanho de um contêiner que usa lentes para concentrar luz solar sobre um bloco especial que retém calor. Esse calor é transferido por ar quente para outra unidade, onde é convertido em eletricidade por um motor Stirling e um gerador.

A empresa afirma que tudo foi projetado para ser simples, modular e escalável. A eficiência seria comparável à de painéis solares fotovoltaicos, com desempenho superior quando combinados a baterias de íons de lítio.

Entre os destaques do sistema estão:

Segundo Happi, a meta é produzir milhões — e, futuramente, bilhões — de unidades. A empresa afirma ter atualmente um backlog de dez milhões de módulos P3, equivalente a 90 GWh de capacidade.

Soluções energéticas sustentáveis são cada vez mais necessárias para manter o avanço da IA (Imagem: IM Imagery/Shutterstock)

IA acelera busca por soluções energéticas alternativas

O avanço da IA tem pressionado o setor energético global e soluções, como as da Exowatt, ganham relevância por prometerem energia renovável e de baixo custo. A startup argumenta que regiões com alta incidência solar, onde muitos data centers estão sendo construídos, são ideais para o sistema.

Ainda assim, especialistas destacam desafios: a necessidade de grandes áreas para acomodar múltiplos módulos e a competitividade crescente de tecnologias solares tradicionais e baterias de lítio. Mesmo assim, a empresa acredita que sua abordagem modular poderá reduzir custos rapidamente, seguindo o modelo de escala já visto na fabricação de painéis solares.

Apesar das limitações, o interesse do mercado mostra que alternativas, como as “rochas em caixas”, podem ter papel importante em um cenário dominado pela demanda crescente da IA.

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