Em conversa com o ContilNet, o coordenador da Defesa Civil, Cláudio Falcão, alertou que o período de chuvas mais intensas capaz de elevar significativamente o nível do Rio Acre deve começar apenas no início de dezembro. Até lá, apesar do cenário de instabilidade climática provocado pelo fenômeno La Niña, o risco de transbordamento continua considerado mínimo.
Segundo Falcão, o comportamento histórico do rio mostra que apenas 3% das inundações registradas ao longo dos anos ocorreram em dezembro.

A tendência, segundo ele, é que o mês de dezembro também registre acumulados elevados em alguns momentos / Foto: ContilNet
“É uma possibilidade pequena. Existe, mas é baixa”, destacou. Em janeiro, esse risco sobe para 13%, enquanto fevereiro e março concentram 73% dos episódios de cheia, justamente o período em que o volume de chuvas costuma se consolidar em toda a bacia.
O coordenador ressaltou, ainda, que o Acre vive atualmente os efeitos da La Niña, fenômeno que costuma trazer chuvas acima da média. Foi o que ocorreu em outubro e, de forma irregular, também em novembro.
A tendência, segundo ele, é que o mês de dezembro também registre acumulados elevados em alguns momentos. Com isso, o Rio Acre pode alcançar cotas de atenção, chegando entre 8 e 10 metros. “É possível que a gente atinja esses níveis, dependendo da intensidade das chuvas”, explicou.
No final de novembro, a Defesa Civil deve reunir diferentes órgãos das esferas estadual e federal para a tradicional reunião pré-cheia, quando são apresentados prognósticos mais detalhados sobre o período chuvoso e os riscos para as cidades ribeirinhas.
Falcão reforça, porém, que os dados estatísticos ajudam a trazer clareza sobre o cenário, quando as cheias acontecem mais cedo, geralmente são menos severas. Já os eventos tardios, entre o fim de março e o início de abril, costumam ser mais graves.
“Em 2024, por exemplo, a segunda maior cheia da história teve seu pico em 1º de abril. E a de 2015, a maior já registrada, também ocorreu entre o fim de março e início de abril. São períodos críticos”, lembrou.