No meio de Belém, o Parque da Cidade se dividiu entre as cores do céu e das florestas. Enquanto as negociações oficiais da COP30 ocorrem nos salões da Zona Azul – a “Blue Zone” –, milhares de visitantes circulam diariamente pela Zona Verde – a Green Zone –, com acesso livre, para participar de diversas atividades sem precisar de credenciamento. 

Muita gente passou por lá nesta quinta-feira (13). Uns pela primeira vez, outros que gostaram e repetiram a dose. É o caso de Giovanna Miralha, estudante de medicina, que visitou a Zona Verde pela terceira vez. Moradora de Belém, ela contou que curtiu bastante a experiência, inclusive destacando o quanto os debates climáticos interferem num tema de interesse dela: a saúde.
“A estrutura está perfeita, é climatizado, é todos os stands são muito bonitos, tem sempre pessoas para dar informação também. E sempre falam que eu posso participar das discussões sobre saúde. e tudo que interfere na, nessa área mesmo da medicina. As questões climáticas, elas estão intimamente ligadas com a saúde do ser humano. Todas as discussões aqui giram em torno de conseguir ter um melhor futuro”.
Atrações da Zona Verde
Organizada pelo governo federal, a Zona Verde foi construída para abrigar estandes, auditórios, espaço de alimentação, feira de artesanato tradicional, espaço cultural e muita tecnologia. A ideia é dar espaço e visibilidade para “soluções e parceiros que fortalecem o compromisso com uma abordagem ambiental, social e de governança de diálogo internacional”.
Pela primeira vez no espaço da COP30, o estudante Fabrício Ryan, daqui de Belém, sonha em estudar Relações Internacionais. Ele reconhece a importância das negociações entre países, na Conferência do Clima, para combater a emergência climática.
“Vendo a cultura de outros países, vendo como é muito interessante e aborda muito essa diversidade de cultura, eu consigo ver que a minha área inclui tudo isso, então para mim é muito gratificante ver isso. Essas negociações, elas são simplesmente básicas, ela tem que ter tem que acontecer”.
Em um dos estandes, muita gente se interessou na possibilidade de enviar cartões postais de graça para qualquer endereço do mundo, iniciativa em parceria com os Correios.
Moradora da capital paraense, a estudante Gabrielle Pacheco foi uma das que aproveitou o serviço. E comemorou a oportunidade de Belém ser visitada por pessoas de todo o mundo durante a COP30.
“Vai ser um amigo em Londrina. Vou escrever agora, vou colocar o endereço dele e vou enviar. Quando a gente olha de uma forma geral, mais para Belém, tudo que Belém está recebendo, tudo que o Pará está recebendo, visibilidade, mais do que isso, dignidade que está recebendo das pessoas, dos povos, da população, como em geral, é uma coisa muito boa, é muito feliz. Eu me sinto muito feliz de ver isso”.
A adolescente Marina Melo tem só 17 anos e se interessou em ser voluntária na Conferência do Clima. Atuando na Zona Verde, ela relatou a experiência de lidar com tanta gente – sobretudo porque tem interesse pelo tema das Relações Internacionais.
“Eu me interesso muito por relações internacionais e essa oportunidade chegou, minha mãe me falou e a gente começou a se preparar para entrar para o processo de seleção. É um evento de uma magnitude imensa e eu acho muito importante nós como moradores de Belém fazermos parte disso, contribuir de qualquer maneira possível e eu como estudante eu tenho uma visão um pouco diferente, eu conheço pessoas de outros lugares, é um lugar que eu posso fazer networking, aprender com as outras pessoas. É muito interessante”.
André Tavares é estudante e se interessa por Arquitetura e Urbanismo, sabendo que o assunto também impacta as questões climáticas. E sobre a visita à COP30, ele disse que já quer levar mais gente da família para fazer o mesmo.
“É realmente muito interessante, tem presidentes aqui, fundadores, tem representantes de arquitetura e urbanismo que eu gostaria de conhecer. É um lugar que não dá para ficar só uma manhã explorando. Eu pretendo sim, como a família, como eu disse, eu vi agora com meu cunhado, só quero ter essa minha irmã, minha namorada, todo mundo que eu conheço aqui”.
A engenheira Amanda Frasson veio do Espírito Santo para participar da conferência. Ela veio em busca de debates sobre tecnologia sustentável.
“Tô gostando muito da cidade, da estrutura, das pautas… Então, é uma experiência única. Tecnologia sustentável, que eu pretendo trabalhar com isso, porque eu sou da pesquisa. Então, eu queria ver coisa mais de inteligente artificial e não agredir um meio ambiente com tecnologia nova”.
A professora Erica Souza, também moradora de Belém, foi visitar a Zona Verde com a filha Manuela. Depois de receber indicações de amigos para visitar as instalações da COP30, Erica resolveu ver de perto formas de levar os aprendizados da conferência para a sala de aula.
“Visitamos a freezone na Praça da Bandeira, muito bacana, agora a gente veio conhecer aqui. Minhas amigas já vieram do trabalho e disseram que tá tudo de bom, muito bom para criança, muito conhecimento, principalmente a parte da sustentabilidade, que nós trabalhamos bastante com as crianças, né? Então, eu venho aqui para observar e levar para dentro da escola”.
Manuela, filha da professora Erica, pediu pra ser chamada de Manu. E fez questão de dar um recado para “salvar a natureza”.
“Não jogar lixo no chão, não poluir a água, tantas coisas que podem resolver o planeta”.
As visitações na Zona Verde ocorrem durante toda a programação da COP30, que vai até o dia 21 de novembro na capital paraense.
