A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP30, já começou. E como país sede, o Brasil tem diversas responsabilidades como garantir a infraestrutura necessária para a realização do evento e conduzir os debates para chegar a novos acordos. O objetivo? Reduzir os efeitos do aquecimento global para evitar o colapso climático, que pode inviabilizar a vida humana no planeta.
Em setembro, na Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula fez um convite: chamou os líderes mundiais para encarar com seriedade os desafios já postos pelo aquecimento global, considerando também a justiça climática.
“Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado. A COP30, em Belém, no Brasil, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta. Nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios. Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de 200 anos de emissões de gases. Exigir maior ambição e maior acesso a recursos e tecnologias não é uma questão de caridade, é apenas uma questão de justiça.”
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Em outubro, durante a Pré-COP, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou os principais pontos que precisam ser tratados em Belém:
- financiamento,
- adaptação,
- transição energética, e
- participação.
“Nós começamos em 92 dizendo que era preciso pensar global e agir localmente. Agora isso não é mais possível. Os extremos climáticos já exigem com que governos e todos nós tenhamos que agir local e globalmente, tanto em recursos, quanto tecnologia, solidariedade, porque a mudança do clima não tem fronteiras.”
Ao longo de todo o ano, o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, divulgou cartas com as recomendações para os debates no evento. Na oitava, lançada em outubro, ele propõe uma agenda de ações concretas a serem adotadas pelos países signatários da Convenção do Clima.
Já na abertura da Cúpula dos Líderes, no dia 6 de novembro, o presidente Lula reforçou a importância de os países cumprirem o Acordo de Paris, dentro da agenda multilateral acertada na ocasião.
⏩ Radioagência Explica: entenda o Acordo de Paris e as metas firmadas em COPs anteriores.
Essa Cúpula de Líderes é uma inovação que trazemos ao universo das COPs. As convergências já são conhecidas. Nosso objetivo será enfrentar as divergências. Nós, líderes, podemos e devemos discutir tudo para além dos muros da convenção. As palavras ditas aqui serão bússola da jornada a ser percorrida por nossas delegações nas próximas semanas.
De forma simbólica, a capital do país foi transferida para Belém até o dia 21, quando está previsto o fim da Conferência.
No penúltimo episódio, vamos explicar quais são as propostas que o Brasil apresentou em Belém.
*Com sonoplastia de Jailton Sodré.