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COP30: Brasil defende financiamento de R$ 6,9 trilhões para metas climáticas 

COP30: Brasil defende financiamento de R$ 6,9 trilhões para metas climáticas 

O cumprimento da meta climática estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, para limitar o aquecimento global a 1,5 °C dependerá de um financiamento anual de US$ 1,3 trilhão (R$ 6,9 trilhões, na conversão direta) até 2035. E esse será um dos grandes desafios da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada neste mês, em Belém (PA), na opinião da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

“É uma espécie de renda básica para o enfrentamento da mudança do clima. Porque você tem investimentos que ainda são da ordem de cinco a seis trilhões [de dólares] em atividades que são carbono intensivas. Esse é o desafio que está posto para os próximos dez anos: 1,3 trilhão [de dólares] por ano para ajudar os países em desenvolvimento a fazerem suas transições e os países ricos poderem acelerar suas reduções de emissão para, em lugar de zerar suas emissões em 2050, isso possa acontecer por volta de 2040”, disse a ministra.

Os recursos seriam usados em projetos de transição energética para reduzir a dependência de gases que causam o efeito estufa. Atualmente, 75% das emissões globais vem do uso de carvão, petróleo e gás, enquanto o desmatamento contribui com 10% — incluindo a Floresta Amazônica.

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Brasil defende fundo para projetos de transição energética em países em desenvolvimento (Imagem: zhudifeng/iStock)

“Logo, nós temos uma equação a resolver. Mesmo que a gente consiga zerar as emissões de CO₂ [gás carbônico, que provoca o aquecimento global] por desmatamento, se não tivermos um tratamento à altura em relação à emissão de CO₂ pelo uso de carvão, petróleo e gás para a geração de energia, as florestas podem ser savanizadas do mesmo jeito. Portanto, é preciso que haja uma combinação de esforços em todas as direções”, disse a ministra.

Plano em curso

Nesta quarta-feira (5), as presidências da COP29 do Azerbaijão e da COP30 do Brasil anunciaram as diretrizes de um plano que pretende mobilizar o montante de US$ 1,3 trilhão (R$ 6,9 trilhões) por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento. As cinco áreas prioritárias são as seguintes:

Definição de financiamento climático será um dos grandes desafios da COP30 (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

“Para acelerar a implementação do Acordo de Paris, a ação climática precisa estar integrada a reformas econômicas e financeiras concretas. Com as 5Rs, o Mapa transforma a urgência científica em um plano prático de cooperação global e resultados efetivos”, afirmou o presidente da COP30 do Brasil, André Corrêa do Lago.

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O que promete o Brasil?

A principal proposta do governo brasileiro na COP30 será a criação do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) para garantir o financiamento de projetos de preservação do bioma presente em 70 países.

Segundo o Itamaraty, o TFFF tem potencial para arrecadar cerca de US$ 125 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) entre recursos públicos e privados. O montante será gerido por um comitê ainda em formação, com representantes dos países envolvidos no projeto.

Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030 (Imagem: JarnoVerdonk/iStock)

Na prática, será um mecanismo baseado em resultados, ou seja, os países que demonstrarem que conservaram suas florestas vão ser remunerados em até US$ 4 (R$ 21,75) por hectare. O modelo garante um retorno financeiro aos investidores com remuneração compatível com as taxas normais de mercado.

Além disso, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030 e reduzir as emissões líquidas de gases-estufa no país de 59% a 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005 — o que equivale a alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente, que foi apresentada na COP 29, em Baku (Azerbaijão).

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