Na COP30, Alckmin pede triplicar energia renovável até 2030 e defende ação urgente, destacando energia, florestas e financiamento climático.

Com Alckmin, Pré-COP30 define metas para Belém e reforça compromisso global com o Acordo de Paris (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Durante a abertura da sessão ministerial da COP30, em Belém (PA), o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, reforçou que o avanço da transição energética exige metas ambiciosas. Segundo ele, é necessário triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030 para reduzir o que classificou como “dependência de combustíveis fósseis”.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo de alta qualidade na Bacia de Campos, reforçando a dualidade entre exploração fóssil e expansão de fontes limpas.

Alckmin destacou que, apesar da proximidade da data, a capacidade global instalada de energia renovável ainda representa apenas metade do necessário para atingir a meta. Por isso, argumentou que o compromisso central da COP30 deve ser a criação de um “mapa do caminho” — um roteiro político e técnico com etapas, prazos e responsabilidades para acelerar a mudança.

Pessoas andando na frente da entrada da COP30, em Belém
Na COP30, Alckmin fez compromissos ambiciosos e afirmou ser necessária a implementação de um roteiro com etapas e prazos para acelerar as mudanças no mundo (Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil)

O plano, segundo o vice-presidente, precisa integrar metas como o fim do desmatamento ilegal e a valorização das florestas, com foco na sociobioeconomia e na recuperação de áreas degradadas.

Além das diretrizes ambientais, Alckmin defendeu uma ação coordenada entre governos, empresas e comunidades, afirmando que somente um esforço coletivo seria capaz de transformar “mentes e realidades”.

Financiamento climático ganha destaque

Outro ponto central do discurso foi o apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa brasileira voltada ao financiamento climático. O fundo pretende captar cerca de US$ 125 bilhões do setor privado, direcionando os recursos para projetos com maior taxa de retorno. A diferença entre o rendimento pago aos investidores e o obtido nas aplicações — o spread — será usada para remunerar países que preservam florestas tropicais, proporcionalmente às áreas conservadas.

Lista de pilares defendidos por Alckmin na COP30:

  • Triplicar a energia renovável até 2030;
  • Dobrar a eficiência energética no mesmo período;
  • Criar um mapa do caminho para a transição energética;
  • Eliminar o desmatamento ilegal;
  • Valorizar florestas e recuperar áreas degradadas;
  • Promover cooperação entre governos, empresas e comunidades;
  • Impulsionar financiamento climático via TFFF.
COP30: relatório destaca que Brasil pode gerar 10 milhões de empregos na economia sustentável
Alckmin também bateu na tecla do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa brasileira voltada ao financiamento climático (Imagem: dee karen / Shutterstock)

Alckmin encerrou o discurso reforçando que o “tempo das promessas já passou” e que a ação climática precisa ser guiada por responsabilidade, ciência e urgência. Para ele, o momento exige decisões rápidas para garantir progresso e dignidade, com a energia no centro da transformação global.

Leia mais:

Maurício Thomaz

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.