Na COP30, Alckmin pede triplicar energia renovável até 2030 e defende ação urgente, destacando energia, florestas e financiamento climático.
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Durante a abertura da sessão ministerial da COP30, em Belém (PA), o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, reforçou que o avanço da transição energética exige metas ambiciosas. Segundo ele, é necessário triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030 para reduzir o que classificou como “dependência de combustíveis fósseis”.
A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo de alta qualidade na Bacia de Campos, reforçando a dualidade entre exploração fóssil e expansão de fontes limpas.
Alckmin destacou que, apesar da proximidade da data, a capacidade global instalada de energia renovável ainda representa apenas metade do necessário para atingir a meta. Por isso, argumentou que o compromisso central da COP30 deve ser a criação de um “mapa do caminho” — um roteiro político e técnico com etapas, prazos e responsabilidades para acelerar a mudança.

O plano, segundo o vice-presidente, precisa integrar metas como o fim do desmatamento ilegal e a valorização das florestas, com foco na sociobioeconomia e na recuperação de áreas degradadas.
Além das diretrizes ambientais, Alckmin defendeu uma ação coordenada entre governos, empresas e comunidades, afirmando que somente um esforço coletivo seria capaz de transformar “mentes e realidades”.
Financiamento climático ganha destaque
Outro ponto central do discurso foi o apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa brasileira voltada ao financiamento climático. O fundo pretende captar cerca de US$ 125 bilhões do setor privado, direcionando os recursos para projetos com maior taxa de retorno. A diferença entre o rendimento pago aos investidores e o obtido nas aplicações — o spread — será usada para remunerar países que preservam florestas tropicais, proporcionalmente às áreas conservadas.
Lista de pilares defendidos por Alckmin na COP30:
- Triplicar a energia renovável até 2030;
- Dobrar a eficiência energética no mesmo período;
- Criar um mapa do caminho para a transição energética;
- Eliminar o desmatamento ilegal;
- Valorizar florestas e recuperar áreas degradadas;
- Promover cooperação entre governos, empresas e comunidades;
- Impulsionar financiamento climático via TFFF.

Alckmin encerrou o discurso reforçando que o “tempo das promessas já passou” e que a ação climática precisa ser guiada por responsabilidade, ciência e urgência. Para ele, o momento exige decisões rápidas para garantir progresso e dignidade, com a energia no centro da transformação global.
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Colaboração para o Olhar Digital
Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.
Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
